O presidente da Argentina, Alberto Fernández, afirmou nesta segunda-feira (18/04) que pretende retomar relações diplomáticas com a Venezuela e pediu que os países da América Latina façam o mesmo. A declaração aconteceu em um encontro entre Fernández e Guillermo Lasso, presidente do Equador, em Buenos Aires.
"Como primeiro passo, a Argentina quer recuperar plenamente seus laços diplomáticos com a Venezuela", disse o presidente, afirmando que os demais países latino-americanos devem revisar suas decisões em relação ao assunto.
O governo argentino havia rompido os laços diplomáticos com a Venezuela em 2017, durante a gestão de Mauricio Macri. Na época, o então presidente integrou a Argentina no Grupo de Lima, que reconhecia uma crise no país governado por Nicolás Maduro e buscava uma solução para tal.
Com a entrada da Argentina na organização, o país passou a reconhecer Juan Guaidó como presidente da Venezuela, estremecendo as relações com Maduro.
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Quando Fernández assumiu a presidência, o país saiu do Grupo de Lima. No entanto, continuou a apoiar relatórios da Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, em relação a supostas violações de direitos humanos cometidas pelo governo venezuelano.
Porém, além da declaração de restabelecimento de laços diplomáticos, o presidente argentino elogiou o trabalho conjunto entre a Venezuela e Bachelet, que chegaram a acordos sobre os supostos abusos no país. “Muitos desses problemas foram se dissipando com o tempo", acrescentou o governante argentino.
Ao mesmo tempo, Fernández destacou o avanço das autoridades constitucionais venezuelanas. “Eles estão avançando em seu processo eleitoral e acreditamos que é hora de ajudar a Venezuela para que o diálogo recupere seu funcionamento normal”, declarou.
O chefe de Estado da Argentina ainda falou sobre a necessidade de os países latino-americanos enviarem seus diplomatas a Caracas.
Já Lasso, que estava ao lado de Fernández, saiu pela tangente e disse que o Equador iria "analisar e considerar" a ideia. "Ainda não estamos prontos para tomar uma decisão, mas agradecemos o apelo do presidente Fernández", afirmou o chefe de Estado do Equador.
O encontro entre os dirigentes da Argentina e Equador também resultou no acordo de um “Programa de Fraternidade” na América Latina e Caribe através da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) com o objetivo de uma “unidade plena” a fim de “acabar com a pobreza e fortalecer as democracias”, segundo Fernández.
(*) Com Telesur.