Saltou de 3,8% para 27,2% a presença da subvariante BA.2 nos testes positivos para covid-19 no Brasil nas últimas três semanas. Por outro lado, entre final de janeiro e meados de março, a prevalência da ômicron BA.1 – a cepa “original” – caiu de 96% para 72,8% das amostras analisadas. Os dados, divulgados nesta quinta-feira (24), são do Instituto Todos pela Saúde (ITpS), que analisou 118.638 testes feitos entre 5 de dezembro e 19 de março.
Em todo o planeta, a subvariante BA.2 também se tornou predominante. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ela já responde por quase 86% dos casos diagnosticados atualmente. No Estados Unidos, por exemplo, a BA.2 é responsável por cerca de um terço dos novos casos registrados. Nos estados de Nova York, Nova Jersey e Massachusetts, a subvariante representa mais da metade dos casos.
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A subvariante é cerca de 30% mais transmissível. Além disso, ela também escapa da proteção conferida por apenas duas doses das vacinas contra a covid-19. Daí a necessidade da aplicação da dose de reforço.
Risco incerto
O ITpS destaca, no entanto, que a disseminação dessa sublinhagem “se dá num momento de relaxamento das medidas de controle da pandemia” no Brasil. O instituto cita, por exemplo, a desobrigação do uso de máscaras em ambientes fechados.
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“Ainda é incerto se um novo aumento de casos irá ocorrer, mas não é possível descartar”, diz o instituto. Os pesquisadores afirmam que é provável que a BA.2 substitua a cepa original da ômicron, “no entanto, sem causar os mesmos impactos que a BA.1 gerou, num modo similar à troca da gama pela delta”.
Os pesquisadores afirmam que é importante monitorar a disseminação da BA.2 no país. Nesse sentido, em caso de sinais de reversão desse cenário, incluindo o aumento de hospitalizações, afirma que uma resposta rápida é “essencial”, inclusive com a revisão das medidas de flexibilização adotadas recentemente.
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“Variante BA.2, que vem substituindo a ômicron e causando a onda recente na Europa já tem presença forte por aqui”, comentou, pelas redes sociais, o biólogo e divulgador científico Átila Iamarino. “Nas próximas semanas veremos se ela causa algo parecido por aqui”, acrescentou.
Balanço da covid no Brasil
O Brasil registrou nesta quinta-feira (24) mais 312 mortes, de acordo com Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Assim, a média semanal de óbitos, que ficou em 269/dia, voltou a cair. Essa é a menor média registrada desde 22 de janeiro. Nas últimas 24 horas, as autoridades de saúde também registraram 37.690 novos diagnósticos da doença. Nesse quesito, a média móvel semanal segue em queda, com 34.292 casos/dia.
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No entanto, entre os dias 14 e 20, o Brasil foi o terceiro país mais afetado pela covid-19, com cerca de 2,2 mil óbitos registrados, segundo a OMS, ficando atrás apenas da Rússia e Estados Unidos, ambos com cerca de 3,6 mil mortes.
Ao todo, já são 658.310 mortes pela covid-19 oficialmente registradas no Brasil. E perto de 29,8 milhões de casos da doença.
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