eleições 2022

Candidatura Lula deve ampliar unidade das forças contra Bolsonaro, diz PT em nota

A nota pede unidade e afirma: "Não subestimamos as forças do neofascismo”

|
Ex-presidente segue na liderança da corrida eleitoral pelo Palácio do Planalto com larga vantagem; na foto, visita de Lula a assentamento do MST - Ricardo Stuckert

Em nota divulgada na tarde desta quinta-feira (24), o PT faz um balanço do período de dois anos de pandemia de covid-19 e pouco mais de três do governo Bolsonaro. Para além do espectro progressista esperado, o partido aponta para o diálogo com os outros partidos de oposição ao governo Bolsonaro. E acrescenta: “A candidatura de Lula deverá trazer, já na composição da chapa de presidente e vice, a ampliação e a unidade que se espera das forças de oposição ao governo nesta quadra da história, respeitando os compromissos programáticos antineoliberais”.

Segundo a nota, a ampliação do espetro em torno e Lula e de uma frente democrática será “resultado da luta social travada nos últimos anos nas ruas”. O documento cita ainda a resistência nos governos progressistas e no parlamento, nos movimentos populares e na denúncia internacional. “Quem outrora não esteve conosco é mais do que bem-vindo”, afirma o partido, no “movimento para devolver a cadeira de presidente ao povo brasileiro”.

:: Datafolha: Lula está 17 pontos à frente de Bolsonaro e segue na liderança em todos os cenários ::

As alas majoritárias do PT apontam apontam para a necessidade de ampliação das alianças para além da esquerda. Desse modo, defendem a escolha do ex-governador Geraldo Alckmin como vice de Lula. Na quarta-feira (23), o ex-tucano assinou sua filiação ao PSB e disse que Lula “interpreta o sentimento de esperança do povo”. O documento divulgado enfatiza a necessidade de se construir “uma democracia inclusiva”.


Provável vice de Lula na chapa para disputa das eleições presidenciais, Alckmin formalizou ida ao PSB nesta semana / Diogo Moreira - WikiMedia Commons

O partido menciona as convergências com PCdoB e PV, que trabalham na construção de uma federação partidária, a qual “apresentará ao Brasil o nome de Lula para liderar a oposição a Bolsonaro, consolidará a coligação com o Partido Socialista Brasileiro, bem como com a federação Psol-Rede, cuja criação saudamos”.

Leia também: :: Diretor que levou dados do SUS para Amazon deixou gestão Bolsonaro para trabalhar na empresa ::

Derrotar o bolsonarismo, afirmam os petistas, exige unidade da sociedade para enfrentar o ódio e as políticas de destruição e retrocesso de Bolsonaro. “Não subestimamos as forças do neofascismo”, reconhece na nota o Diretório nacional do PT. A agremiação sugere que será fundamental a mobilização e a criação de comitês populares para fortalecer a “organização territórios e nas redes”.

Como exemplo mais recente da “política perversa” em vigor, a nota fala da alta no preço dos combustíveis e do gás de cozinha. Após privatizações de refinarias e venda de ativos da Petrobras, a política de preços só beneficia importadores de combustíveis e acionistas da estatal.

:: Fundo controlado por princípe "amigo" de Bolsonaro cresce com crise no Brasil ::


Bolsonaro e Lira, presidente da Câmara, na sessão de abertura do Legislativo em fevereiro deste ano / Sergio Lima/AFP

Lula: gratidão a Ciro, Bolsonaro “psicopata” e Moro “asqueroso”

A tarefa que se impõe acima de todas, derrotar Bolsonaro e a ultradireita, permitirá a reconstrução do país, a partir de “um governo de caráter antineoliberal, popular e democrático”, que promova a reindustrialização do país, o fortalecimento do SUS e o investimento em educação, continua a nota. A reconstrução de uma política de Ciência, Tecnologia e Inovação e o desenvolvimento do país “como potência ambiental” também estão no que o PT chama de Plano de Reconstrução e Transformação aprovado pela Direção Nacional. Leia a íntegra da nota do PT aqui.

Em entrevista à rádio Super Notícia, de Belo Horizonte (MG), nesta quinta-feira (24), o ex-presidente Lula foi instado a comentar sobre seus adversários na corrida ao Palácio do Planalto. “Ciro Gomes é uma pessoa que eu tenho gratidão, foi meu ministro e é um homem inteligente. Acho que ele está perdido na política, neste momento. É uma pena, porque o Ciro é um quadro político muito qualificado nesse país”, disse sobre seu ministro da Integração Nacional entre 2003 e 2006.

:: Estado mais bolsonarista do país, Acre vira "meme" e sofre com gasolina a até R$ 11 ::

Sobre Bolsonaro, o ex-presidente disse tratar-se de “um psicopata”. “Eu jamais imaginei que ele pudesse ser presidente”, acrescentou. E, sobre o ex-juiz Sergio Moro, comentou tratar-se de “uma pessoa asquerosa” e “o maior mentiroso que já passou pela história do Brasil”. “Ele conseguiu enganar 100% da imprensa e 100% da política e da sociedade. Mas, como mentira não dura a vida inteira, a casa caiu e ele virou essa coisa grotesca que está se apresentando como candidato da República”.