Os pré-vestibulares comunitários são espaços onde muitos jovens de favelas e periferias do Rio de Janeiro encontram sua principal rede de apoio e incentivo. O programa Papo na Laje desta quinta-feira (24) conversa com jovens que desenvolvem projetos de educação popular e são referência para os estudantes dos locais em que moram.
Assista no YouTube, às 18h:
Para além de ingressar na universidade, o professor de história Cleiton Chagas, de 23 anos, defende que a educação popular forma cidadãos. Ele mora no bairro Santa Margarida, na zona oeste, onde também leciona no pré-vestibular comunitário São José, que funciona na paróquia há 16 anos.
"Por meio da educação popular a gente situa o aluno na sua realidade, pra ele refletir, questionar. Vamos muito além de passar um mero conteúdo para garantir a aprovação do aluno, que é fundamental, mas ao mesmo tempo a gente promove rodas de conversas aos sábados sobre diversidade sexual, intolerância religiosa. A gente quer formar cidadãos com pensamento crítico", analisa em entrevista ao programa.
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Outra convidada do episódio é a assistente social Faby Soares, de 30 anos, coordenadora do pré-vestibular São Carlos Ativo, localizado no Complexo de São Carlos, conjunto de favelas na região central do Rio. Para ela, a educação popular é capaz de construir redes de suporte e mostrar outras possibilidades.
"Se você fala para um jovem negro que ele pode fazer faculdade, ele diz que nunca ninguém disse isso. Minha mãe mesmo não me incentivava muito. Mas sempre tinha alguém nos projetos sociais que via minha potência, essas sementinhas são muito importantes. O pré-vestibular é fundamental para romper qualquer barreira", avalia.
"Vemos o abismo social entre a educação pública e a particular, então poder garantir um ensino de qualidade para um jovem periférico é nosso maior objetivo", complementa o professor Cleiton.
O programa de TV Papo na Laje reúne jovens de periferias e favelas do Rio de Janeiro para debater assuntos relevantes do dia a dia da sociedade e da classe trabalhadora. Episódios inéditos vão ao ar toda quinta-feira, às 18h, no YouTube e na TV Comunitária do Rio de Janeiro, com transmissão no canal 6 da NET.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Mariana Pitasse