segurança hídrica

Organizações discutem problemas e soluções para o acesso à água em fórum alternativo

O Fórum Alternativo Mundial da Água (Fama 2022), que vai até sexta-feira, combate a mercantilização do bem comum

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Bem finito e direito de todos, a água é artigo de luxo para muitas populações - Pixabay

Começa nesta terça-feira (22), Dia Mundial da Água, o Fórum Alternativo Mundial da Água (Fama) 2022 Brasil-Dakar. O objetivo é discutir problemas e soluções para democratizar o acesso à agua e ao saneamento na perspectiva do direito humano, tal como reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU). Isso inclui a luta contra a mercantilização da água.

O evento, que termina na sexta (25), é paralelo ao encontro oficial, o Fórum Mundial da Água, com empresas e governos, na capital do Senegal. O encontro na África discute projetos de barragens, irrigação e de infraestrutura para armazenar e usar a água cada vez mais escassa. Além disso, planos para privatização de fontes.

Na tarde de hoje, o debate será a luta dos povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e de áreas urbanas vulnerabilizadas pelo acesso à água e ao saneamento. Na quarta-feira, destaque para o debate sobre desprivatização da água e alternativas de saneamento nos países da América Latina. E também a resistência e as conquistas das organizações sociais na defesa da água como um bem comum.

Controle social da água

A participação e controle social na gestão das águas será um dos temas discutidos na tarde de quinta-feira (24) no Fama. O impacto social do aumento da população em situação de insegurança alimentar e de fome no Brasil estea na pauta. Além disso, o direito de acesso a água e ao saneamento como elementos fundamentais no desenvolvimento de comunidades e populações que vivem em situação de estresse e/ou insegurança hídrica, e o compartilhamento de experiências bem sucedidas.

Na sexta, o tema será emergências climáticas: seus impactos no campo, nas florestas e nas metrópoles, as relações climáticas entre os biomas brasileiros e a maneira como se relacionam com a Amazônia, Cerrado, campo e metrópoles. A intenção é mostrar como as variações climáticas provocadas pelo aquecimento global tornam as populações ainda mais vulneráveis, sobretudo por meio da combinação entre eventos climáticos extremos e a ausência de implementação de políticas públicas que possibilitem a adaptação.