27º DIA DE GUERRA

Rússia e Ucrânia mantêm negociações telefônicas, enquanto intensifica-se bombardeio a Mariupol

Exército russo deu prazo até esta segunda-feira (21) para que Kiev deponha armas no sul do país

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Nas últimas 24h, a Rússia bombardeou 44 objetivos militares na Ucrânia - AFP

O conflito entre Rússia e Ucrânia entra na quinta semana com novas negociações. Nesta segunda-feira (21), representantes de Moscou e Kiev dialogaram por telefone para buscar acordos bilaterais. Enquanto isso, aumentam as tensões no sul do país. 

Nesta segunda-feira (21), o exército russo atacou o polígono militar Nóvaya Liubomirka, na província de Rovno, afirmando que se tratava de "um centro de treinamento de mercenários estrangeiros e nacionalistas ucranianos". O porta-voz do exército, Ígor Konashénkov, assegurou ainda que 44 objetivos militares foram bombardeados na madrugada de domingo para segunda e somam 80 vítimas.

De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, em torno de 925 civis foram mortos e 1.496 se feriram desde o começo da guerra, informações desta segunda (21). Ao todo, cerca de 10 milhões de pessoas tiveram que abandonar suas casas na Ucrânia e 3,4 milhões estão refugiados em outros países, segundo a Agência de Refugiados da ONU (Acnur).

Segundo meios de comunicação suecos, 13 navios de guerra do Tratado do Atlântico Norte (Otan) partiram da Estônia, Letônia e Lituânia para Estocolmo. O porta-voz do ministério de Defesa da Suécia, Mikael Agren, afirmou que trata-se de uma visita de rotina para abastecer as embarcações e de descanso à tripulação que realizou exercícios militares nos países vizinhos. A União Europeia declarou que avalia aplicar um novo pacote de sanções contra a Rússia.

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A China rechaçou a política de sanções e defendeu o diálogo como saída ao conflito. "O diálogo e a negociação são a saída fundamental. As circunstâncias atuais tornam ainda mais importante seguir nessa direção", afirmou o chanceler chinês Wang Yi, em coletiva de imprensa no último domingo (20).

Após sofrer sanções inéditas, a Rússia decidiu banir o uso das redes sociais Instagram e Facebook dentro do país.

Disputas em Mariupol

O exército russo estabeleceu o prazo até o dia de hoje para que as forças ucranianas depusessem as armas na cidade de Mariupol. Segundo o ministério de Defesa russo, os ataques buscam desarmar milícias nacionalistas ucranianas. 

"É claro que rejeitamos essas propostas", disse a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk.

O chefe da República Popular de Donetsk, Denis Pushilin, declarou nesta segunda-feira (21) que tomar o controle de Mariupol não é uma questão de dois ou três dias, ou mesmo uma semana. 

"Não estou tão otimista de que em dois ou três dias, ou mesmo em uma semana, a questão será encerrada. Infelizmente, não, a cidade é grande", disse Pushilin ao canal de TV Rossiya 1.

Ele acrescentou que vários milhares de representantes dos batalhões nacionais ucranianos permanecem dentro da cidade.

"Sua principal fortificação é a usina de Azovstal. Levando em conta que só território de Azovstal tem cerca de 11 quilômetros quadrados, entendemos perfeitamente que falar em terminar amanhã ou depois de amanhã, e a cidade de Mariupol estará completamente segura (em mãos russas), infelizmente, não cabe", especificou Pushilin.

Embora, Kiev e Moscou acordaram criar oito corredores humanitários para evacuar civis das zonas de conflito, nenhum foi aberto na cidade de Mariupol. 

 

Edição: Arturo Hartmann