Em meio à guerra entre Rússia e Ucrânia na Europa, o comandante do Exército Brasileiro, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, inicia nesta terça-feira (15) uma viagem de seis dias a Washington, na capital dos Estados Unidos.
No Portal da Transparência, o detalhamento da viagem mostra que o chefe do Exército vai encontrar seu correspondente estadunidense. O registro não descreve se o encontro será com o secretário de Defesa, Lloyd Austin, ou com o chefe do Estado-Maior, o general Mark Milley.
As informações disponíveis no site do governo federal apontam mostram que a viagem é caracterizada como “urgente”. Na justificativa para a emissão da passagem fora do prazo indicado, o Exército justifica que houve demora em um ajuste do seguro-viagem necessário para o deslocamento.
Não há informações que demonstrem que a viagem de Oliveira é motivada por reuniões técnicas ou de rotina para planejamento de exercícios conjuntos, por exemplo. A reportagem consultou os sites do Exército do Brasil e dos Estados Unidos e nenhum deles noticia a visita dos militares brasileiros.
O general irá aos Estados Unidos acompanhado do adjunto do comando do Exército, o segundo-tenente Edi Carlos Bernardino. Oliveira vai fazer a viagem em classe executiva, enquanto o subordinado irá de classe econômica, conforme determina o Decreto 10.934/2022.
O valor da viagem do chefe do Exército do Brasil é de R$ 11.008,03. A viagem do assessor do comandante da Força terá custo de R$ 5.667,16 aos cofres públicos. A soma é de aproximadamente R$ 16,7 mil.
O Brasil de Fato questionou o Centro de Comunicação Social dos Exército sobre a motivação da viagem na tarde desta segunda-feira (14). Até o momento, não houve resposta. Caso o órgão se manifeste, o posicionamento será adicionado à reportagem.
Histórico de viagens
O Comando Militar do Sul dos Estados Unidos, responsável por planejar atividades militares do país nas américas Central e do Sul, mantém visitas regulares ao território brasileiro. O chefe da unidade dos EUA, almirante Craig Faller, esteve no Brasil em 2019 e em 2021, em encontro com autoridades diplomáticas e militares.
Acordos de cooperação e visitas diplomáticas também motivaram viagens oficiais de militares brasileiros durante o governo Bolsonaro. Em setembro de 2021, o Comandante Militar do Oeste, general do Exército Fernando José Sant'ana Soares e Silva, viajou para a Bolívia, onde se encontrou com uma comitiva composta pelo comandante das Forças Armadas bolivianas. Entre os assuntos, ações conjuntas a serem desenvolvidas nas fronteiras dos países.
Em julho do mesmo ano, o mesmo Comando Militar do Oeste já havia realizado uma viagem de diplomacia militar ao Paraguai, onde visitou autoridades militares e participou da cerimônia de comemoração do aniversário do Exército Paraguaio.
Em julho 2019, o então comandante do Exército, general de Exército Edson Leal Pujol, foi recebido no Japão por membros do alto escalão militar japonês. Visitou também uma escola militar mantida pelas Forças Armadas do país.
Edição: Rodrigo Durão Coelho