O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, alertou nesta quarta para o fato de que a desativada usina nuclear de Chernobyl está completamente sem energia elétrica.
Ele disse nesta quarta (9) em suas redes sociais que a comunidade internacional deve agir para permitir reparos, já que seus geradores a diesel de reserva têm uma autonomia de apenas 48 horas.
Desde a invasão iniciada em 24 de fevereiro, Chernobyl está sob controle de forças russas.
"Depois disso [desligamento dos geradores a diesel], os sistemas de resfriamento da instalação de armazenamento de combustível nuclear usado serão interrompidos, tornando iminentes os vazamentos de radiação. A guerra bárbara de Putin coloca toda a Europa em perigo. Ele deve parar com isso imediatamente!", destacou o chanceler ucraniano.
Palco de um acidente nuclear em 1986, a usina nuclear de Chernobyl tem uma estrutura para conter o vazamento de radiação e criou uma zona de exclusão — a cidade de Pripyat precisou ser esvaziada e não é seguro ficar por prolongados períodos de tempo na região.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), todavia, afirmou nesta quarta-feira (9) que não é necessário energia elétrica para garantir a segurança de Chernobyl. Ainda assim, a autoridade nuclear destacou as condições de trabalho dos funcionários da usina nuclear.
"Estou profundamente preocupado com a situação difícil e estressante que os funcionários da usina nuclear de Chernobyl enfrentam e os riscos potenciais que isso acarreta para a segurança nuclear", afirmou o Diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, na terça-feira (8).
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que suas tropas tomaram Chernobyl, e também a usina nuclear de Zaporizhzhia, para evitar provocações.
Rússia e Ucrânia discutiram sobre os confrontos em usinas nucleares na última sessão do Conselho de Segurança da ONU. Na ocasião, Moscou disse ter pessoal preparado para a operação nuclear nas centrais que tomou da Ucrânia e acusou o ocidente de "histeria".
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Doação de caças da Polônia não é "sustentável", dizem EUA
Em outro incidente da guerra, a Polônia ofereceu doar gratuitamente seus caças soviéticos MiG-29 para a Ucrânia e pediu aos Estados Unidos "aeronaves usadas com capacidades operacionais correspondentes".
O Pentágono, todavia, destacou que a proposta polonesa tem "complexidades" e pode não ser "sustentável" por poder indicar uma intromissão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no conflito.
"A perspectiva de caças 'à disposição do governo dos Estados Unidos da América' partindo de uma base dos EUA/Otan na Alemanha para voar no espaço aéreo que é contestado com a Rússia sobre a Ucrânia levanta sérias preocupações para toda a aliança da Otan. Simplesmente não está claro para nós que haja uma razão substantiva para isso. Continuaremos a consultar a Polônia e nossos outros aliados da Otan sobre essa questão e os difíceis desafios logísticos que ela apresenta, mas não acreditamos que a proposta da Polônia seja sustentável", afirmou o o porta-voz do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, John Kirby, em comunicado.
O desencontro ocorre horas antes da vice-presidenta dos EUA, Kamala Harris, embarcar para visitar a Polônia e encontrar seu presidente, Andrzej Duda.
Segundo levantamento feito pelo Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), a guerra entre Rússia e Ucrânia já resultou em 2,15 milhões de refugiados. A maior parte destas pessoas, quase 1,3 milhão, fugiu para a Polônia.
Edição: Arturo Hartmann