O escritório do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou neste domingo (27) uma reunião entre uma delegação russa e outra ucraniana.
De acordo com o Ministério da Defesa da Ucrânia, a agenda foi acertada em conversa entre Zelensky e o presidente da Bielorrússia, Oleksandr Lukashenko e o encontro será nas proximidades do rio Pripyat, perto da fronteira entre os dois países.
"Os políticos [Zelensky e Lukashenko] concordaram com a delegação ucraniana se encontrar com a delegação russa sem pré-condições na fronteira Ucrânia-Bielorrússia, nas proximidades do rio Pripyat. Oleksandr Lukashenko assumiu a responsabilidade por todas as aeronaves, helicópteros e mísseis baseados na Bielorrússia permaneçam durante a passagem, negociações e retorno da delegação ucraniana", disse o Ministério da Defesa da Ucrânia em suas redes sociais.
Antes deste mais recente anúncio ucraniano, Zelensky rejeitava uma reunião na Bielorrússia por conta da participação do país vizinho na invasão. Zelensky havia pedido solidariedade aos bielorrussos alegando que ambos tem ligação histórica "Somos os seus vizinhos. Nós somos ucranianos. Sejam Belarus – e não Rússia!".
Já a Rússia afirma que está disposta a negociar e criticou a resistência dos ucranianos em negociar na Bielorrússia.
Fora do SWIFT
A comissão russa para negociação foi aventada um dia após países decidirem pela retirada de bancos russos do SWIFT, o sistema financeiro global, o que impedirá transações e negociações com a maior parte dos países. Votaram a favor da medida a Alemanha, Estados Unidos, França, Canadá, Itália e Grã-Bretanha. A medida faz parte do terceiro pacote de sanções imposto ações para evitar que o Banco Central da Rússia movimente as reservas internacionais de cerca de US$ 630 bilhões (aproximadamente R$ 3,2 trilhões). "Tomamos medidas decisivas esta noite com nossos parceiros internacionais para excluir a Rússia do sistema financeiro global, incluindo o importante primeiro passo de expulsar os bancos russos do SWIFT. Continuaremos trabalhando juntos para garantir que Putin pague o preço por sua agressão", afirmou o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson.
We have taken decisive action tonight with our international partners to shut Russia out of the global financial system, including the important first step of ejecting Russian banks from SWIFT.
— Boris Johnson (@BorisJohnson) February 26, 2022
We will keep working together to ensure Putin pays the price for his aggression.
4º dia de conflito
Bombas e explosões foram ouvidas na capital Kiev, na Ucrânia, na madrugada deste domingo (27). Uma ponte foi destruída perto do município de Bucha, no oeste da cidade. Ainda não se sabe se foi derrubada por bombas russas ou pelos próprios ucranianos para impedir a entrada dos soldados.
O 4º dia de conflito também foi marcado pela entrada do exército russo em Kharkiv, segunda maior cidade ucraniana, onde um gasoduto explodiu. O governador da região, Oleh Sinegubov, afirmou que o controle ainda é ucraniano.
:: Entenda o que está em jogo na invasão da Ucrânia pela Rússia
O presidente Volodymyr Zelensky informou que a Ucrânia protocolou um processo contra a Rússia no Tribunal Penal Internacional, em Haia, acusando os russos de genocídio. "A Rússia deve ser responsabilizada por manipular a noção de genocídio para justificar a agressão. Nós exigimos uma decisão urgente para pedir que a Rússia pare com as atividades militares agora e esperamos que o julgamento comece na próxima semana".
Ukraine has submitted its application against Russia to the ICJ. Russia must be held accountable for manipulating the notion of genocide to justify aggression. We request an urgent decision ordering Russia to cease military activity now and expect trials to start next week.
— Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) February 27, 2022
Sinal fechado para os russos
Vários países fecharam seus espaços aéreos para a Rússia. A mais recente delas é a Noruega, que anunciou a medida na manhã deste domingo. Alemanha, Islândia, Dinamarca e Lituânia, Itália, Polônia e Reino Unido também seguiram a medida. Aviões e companhia aéreas russas não poderão transitar pelos próximos três meses nesses locais.
Edição: Camila Salmazio