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Regiões separatistas de Donetsk e Lugansk anunciam evacuação em massa de civis para Rússia

Autoridades da região russa de Rostov já anunciaram prontidão para receber os evacuados do leste ucraniano

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Emblema da autoproclamada República Popular de Donetsk diz "Donbass Russa". - Alexander Nemenov / AFP

As autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, regiões separatistas no leste da Ucrânia, anunciaram nesta sexta-feira (18) uma evacuação em massa da população civil para a Rússia em conexão com a ameaça de uma suposta invasão da Ucrânia sobre a região.

A informação foi confirmada pelo representante de Donetsk, Denis Pushilin, e pelo chefe de Lugansk, Leonid Pasechnik.

Pushilin observou que, de acordo com as autoridades russas, foi alocado um lugar na região de Rostov para a população de Donetsk e Lugansk, acrescentando que foram criadas condições nos postos de fronteira para uma transição rápida.

Segundo Pushilin, as Forças Armadas da Ucrânia receberão em breve uma ordem para lançar uma ofensiva na região.

"O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em breve ordenará que os militares partam para a ofensiva, para implementar um plano para invadir o território das Repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk", disse ele.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, instruiu o chefe interino do Ministério para Situações de Emergência a se dirigir com urgência para a região de Rostov. De acordo com ele, o ministro vai criar condições para acolher os refugiados, fornecendo-lhes refeições quentes e tudo o que for necessário, incluindo cuidados médicos. O presidente russo ainda instruiu que seja fornecido um auxílio financeiro de 10.000 rublos a cada refugiado de Donbass, cerca de R$ 600, que chegar à região de Rostov.

A sirene da Defesa Civil foi acionada em Donetsk nesta sexta-feira em meio ao anúncio da evacuação da população da região, ainda que as autoridades locais não tenham indicado o motivo. A sirene da defesa civil é acionada regularmente em Donetsk - uma vez a cada dois ou três meses, mas, como regra, as autoridades da autoproclamada República Popular de Donetsk alertam a população sobre isso com antecedência.

A situação na linha de demarcação no leste da Ucrânia sofreu uma escalada na última quinta-feira (17). As autoridades de Donetsk e Lugansk disseram que os bombardeios das Forças Armadas da Ucrânia se tornaram mais ativos nos últimos meses. Ainda não houve informações de vítimas fatais, mas há relatos de danos à infraestrutura civil.

O ministro da Defesa ucraniano, Aleksei Reznikov, por sua vez, afirmou que Kiev não planeja quaisquer ações militares e operações militares no Donbass. Como disse na quinta-feira, a Ucrânia pretende agir de forma político-diplomática.

Autoridades da região russa de Rostov já relataram que estão prontos para receber os civis evacuados do leste ucraniano.

"Naturalmente, tudo está preparado para isso, tais declarações não são feitas do nada. E como deputado da região de Rostov, posso confirmar que há prontidão. É claro que sempre ajudaremos nosso povo, cidadãos ou não cidadãos da Rússia, não importa, todos são nosso povo, que precisa ser salvo de um possível genocídio", disse Vyacheslav Nikonov, primeiro vice-presidente do Comitê de Assuntos Internacionais da Duma de Estado e deputado da região de Rostov, citado pela RIA Novosti.

O conflito entre rebeldes separatistas pró-Rússia e militares ucranianos já deixou cerca de 14 mil mortos no leste da Ucrânia. Um cessar-fogo na região foi negociado por meio dos Acordos de Minsk, em 2014, mas Moscou e Kiev se acusam mutuamente de não cumprir as determinações do mecanismo diplomático que prevê soluções como anistia, eleições locais e condições de autonomia para as áreas separatistas.

Edição: Arturo Hartmann