O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, classificou como positiva nesta terça-feira (15) notícias sobre a retirada de parte das tropas russas das proximidades da fronteira com a Ucrânia e discutiu a tensão na Europa oriental com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Moscou.
"O fato de ouvirmos que alguns militares estão sendo desmobilizados é de toda a forma um bom sinal. Esperamos que vá haver mais outros, em seguida", disse o chanceler alemão. Scholz também afirmou que a situação é "difícil", mas não é "sem saída" e que as demandas de segurança da Rússia merecem ser discutidas.
Scholz voltou a descartar entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em conversa com a imprensa: “Esse não é um problema que vai surgir novamente enquanto estivermos no cargo".
O líder alemão já havia descartado a entrada de Kiev na aliança militar ocidental ao se encontrar com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, na segunda-feira (14). O presidente da França, Emmanuel Macron, apontou na mesma direção após visitar Rússia e Ucrânia na última semana.
Putin, por sua vez, afirmou que é "claro" que Moscou não deseja "nenhuma guerra na Europa". O presidente russo destacou que pretende resolver "agora" a questão da possível participação da Ucrânia na Otan e questionou as promessas sobre o assunto.
"Queremos resolver esse problema agora, como parte de um processo de negociação pacífica”, acrescentou Putin.
Reconhecimento de regiões separatistas na Ucrânia
A Duma, Câmara baixa do Parlamento da Rússia, aprovou nesta terça-feira (15) uma resolução que defende o reconhecimento de duas regiões separatistas da Ucrânia como "repúblicas populares”. Caso Putin aprove a resolução, a Rússia poderia passar a tratar as regiões como países independentes.
Grupos separatistas pró-Rússia lutam contra tropas da Ucrânia nas regiões de Lugansk e Donetsk desde 2014. De acordo com estimativas da Organização das Nações Unidas, o conflito já custou 14 mil vidas.
A aprovação da resolução pela Duma foi criticada pelo governo ucraniano, pela Otan e a União Europeia.
Edição: Arturo Hartmann