No último sábado (5), várias cidades brasileiras realizaram atos antirracistas e por Justiça para Moïse, o imigrante congolês assassinado, no último dia 24, em um quiosque na orla do Rio de Janeiro. Após participarem da mobilização, duas vereadoras e um vereador do campo da esquerda, dois em Curitiba e um em Belo Horizonte, receberam ameaças em redes sociais.
Na capital paranaense, o ato começou em frente à Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de São Benedito, após a missa.
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Mesmo a manifestação tendo acontecido após o fim da celebração religiosa, a arquidiocese de Curitiba classificou o ato como "profanação injuriosa ”, e Renato Freitas, vereador pelo PT que participou do ato, tem sofrido ameaças nas redes sociais.
No Twitter, contas ligadas à extrema direita incitam violência contra o vereador. "esse aí é o f* que invadiu a igreja do rosário, em curitiba [...] vcs sabem como é que se combate essa turma e não é no campo da ideia", publicou um usuário da rede, com fotos de Renato.
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Nesta quarta-feira, a também vereadora pelo PT em Curitiba, Carol Dartora denunciou os ataques racistas que têm recebido nas redes sociais.
Dartora mostrou prints das mensagens. "Macaca fedorenta...vai pagar pelo que fez. Você não dura 2 meses", escreveu um usuário do Instagram.
Em Belo Horizonte (MG), a vítima da violência contra parlamentares foi a vereadora pelo Psol Iza Lourença. No domingo (6), ela recebeu ameaças nas redes sociais: “Mulher estranha viu”, “é menine ou menina? Todes ou todas? Vai tomar nas tabacas bando de vagabundos (a)”, “galera denuncia a conta dessa analfabeta”.
De acordo com a vereadora, as mensagens foram convocadas por Nikolas Ferreira (PRTB), também vereador na capital mineira e bolsonarista.
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“Mais uma vez o vereador bolsonarista Nikolas Ferreira convoca seus seguidores a iniciar uma série de ataques e ameaças contra mim nas redes sociais. Motivo? Participei do ato por justiça por Moïse”, denunciou.
Edição: Rebeca Cavalcante