A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal aprovou nesta segunda-feira (7) a convocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para dar explicações sobre mais um episódio de sua má gestão frente ao surto da covid-19. Serão abordados dois temas centrais: vacinação infantil e medicação ineficaz.
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Em primeiro lugar, o colegiado vai questionar o ministro sobre o atraso na vacinação das crianças, que pode ter levado a mortes evitáveis. O Brasil voltou a registrar óbitos diários na casa de mil por dia. O outro tema será a nota técnica da pasta divulgada no dia 22 de janeiro. No documento, o ministério insiste em recomendar a hidroxicloroquina contra o coronavírus, e afirma que o medicamento é “mais seguro que vacinas”.
Além de Queiroga, o presidente da Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, foi convidado a comparecer ao Senado. “Acabamos de aprovar na CDH do Senado, a convocação do Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e convite ao Presidente da Anvisa, Barra Torres. Queiroga vai ter que explicar o atraso de um mês na vacinação das crianças e as consequências trágicas que isso trouxe ao Brasil”, disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do pedido.
Queiroga e prevaricação
A vacina pediátrica da Pfizer para a população entre 5 e 11 anos foi aprovada pela Anvisa no dia 16 de dezembro. Na Europa e Estados Unidos, as crianças começaram a ser vacinadas no início de novembro. Contudo, somado ao atraso em relação à comunidade internacional, o Ministério da Saúde optou por atrasar o processo.
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Diante da pressão do presidente Jair Bolsonaro, que é abertamente contra as vacinas e já divulgou mentiras sobre falsos perigos dos imunizantes em crianças, Queiroga não deu início ao processo de imunização.
Ao contrário, o ministro convocou consultas para medir o apoio à vacinação infantil entre populares . Queiroga também realizou uma audiência pública que contou com a presença majoritária de negacionistas da covid-19. Entre eles, o deputado federal Osmar Terra (MDB), que afirmava que a pandemia seria uma “histeria” e que a covid-19 mataria menos do que a H1N1.
No auge da pandemia de H1N1, em 2009, menos de mil pessoas morreram em todo o ano. No Brasil, já são mais de 630 mil vítimas do coronavírus desde março de 2020.