O governo do Peru decidiu paralisar todas as atividades de carga e descarga da Repsol enquanto a transnacional não oferecer garantias técnicas. A empresa espanhola foi responsável pelo maior derrame de petróleo da história do país: 6 mil barris na região de Ventanilla, em Lima, capital peruana.
O derramamento aconteceu durante o descarregamento de 900 mil barris de petróleo do navio italiano Mare Doricum na refinaria La Pampilla, responsável pelo abastecimento de cerca de 40% do mercado peruano de combustíveis.
Após duas semanas do desastre, o ministro do Meio Ambiente, Rubén Ramírez, declarou a meios locais peruanos que a empresa ainda não iniciou trabalhos de limpeza da zona. Ramírez ainda confirmou que houve um segundo derrame no dia 24 de janeiro. Por isso, o governo peruano tomou para si a tarefa de recuperação e contenção.
"A Repsol não deu certeza se pode enfrentar um novo derramamento nos outros 4,8 km de carga e descarga de hidrocarbonetos que eles operam no mar", afirmou o ministro.
📹 "Somos inflexibles y más si se trata de del daño ambiental. Estamos aplicando multas y también, una acción penal con medidas más ejemplares", manifestó el ministro Rubén Ramírez, ante segundo derrame de petróleo en nuestro litoral.⤵️#EmergenciaAmbiental pic.twitter.com/5ljEPop2Q8
— Ministerio del Ambiente 🇵🇪♻️ (@MinamPeru) February 1, 2022
O petróleo se alastrou por uma zona de 44 km e 26 praias da costa central peruana. Até o momento, a operação coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente pôde retirar 4.225 barris do total de 6 mil, além de 16 m3 de areia que serão tratados e devolvidos às praias. A maquinaria de trabalho inclui 52 embarcações, 11 tanques flutuantes e 119 máquinas terrestres de carga pesada.
O ministério do Meio Ambiente ainda estabeleceu uma lista com 12 medidas administrativas para impedir novos derrames e preservar a costa peruana. A empresa até agora já descumpriu três ações: rastreamento da área contaminada, contenção e coleta do material contaminante na zona marítima afetada e recuperação do litoral.
Uma equipe de especialistas da ONU está no país desde o dia 25 de janeiro orientando os trabalhos de recuperação ambiental.
O Executivo ofereceu um bônus social de cerca de R$ 1.300 a 2.600 pescadores, agora impossibilitados de trabalhar.
A justiça peruana impediu a saída dos executivos da Repsol pelos próximos 18 meses para que o caso seja investigado e os responsáveis penalizados.
O capitão do navio que colapsou no dia 15 de janeiro assinou cartas de protesto afirmando que a empresa demorou horas para inspecionar a zona do acidente e que não havia disposto de uma barreira de contenção adequada para a descarga do combustível. A empresa afirma que a causa do acidente seria a maré agitada, causada pela erupção do vulcão Tonga dias antes.
* Com informação de Andina, RPP, El País
Edição: Arturo Hartmann