Ciberativista

Defesa de Ola Bini denuncia irregularidades em seu julgamento no Equador

Julgamento do ciberativista foi suspenso na sexta (21) antes das testemunhas da defesa serem ouvidas

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Bini responde ao processo em liberdade após ficar 70 dias preso em 2019 ao conseguir um habeas corpus
Bini responde ao processo em liberdade após ficar 70 dias preso em 2019 ao conseguir um habeas corpus - Cristina Vega / AFP

O caso de Ola Bini segue indefinido no Equador. O ativista dos direitos digitais e da privacidade na internet é acusado de um acesso não permitido a informações confidenciais. Após anos de adiamentos, seu julgamento teve início na semana passada. A audiência, contudo, foi suspensa antes de uma decisão e a defesa do programador sueco acusa o Judiciário de irregularidades no processo.

Carlos Soria, advogado de Bini, diz que os direitos de seu cliente não foram lidos para ele no momento de sua prisão e que não havia nenhum policial que falasse o mesmo idioma de Bini no episódio. 

Soria também ressaltou que Bini não acompanhou as buscas feitas pelas autoridades equatorianas em sua casa e os dispositivos criptografados do programador foram manipulados sem uma audiência privada entre as autoridades e o investigado. O advogado de Bini afirma que essas práticas contrariam o devido processo penal.

A defesa do programador também destacou que a promotoria tentou incluir provas não autorizadas anteriormente no julgamento e que policiais tiraram fotos do tribunal, prática vetada pela legislação equatoriana.

Em sua rede social, Bini destacou que por enquanto o julgamento apenas ouviu as testemunhas da promotoria e que a defesa ainda quer colher o depoimento de 33 testemunhas. Todavia, o julgamento foi suspenso na sexta-feira (21) e ainda não há previsão para uma retomada. Bini responde ao processo em liberdade após ficar 70 dias preso em 2019, sendo libertado após um habeas corpus.

Se condenado, o ciberativista e amigo de Julian Assange poderá passar de 3 a 5 anos atrás das grades. Organizações de direitos humanos enxergam com preocupação o caso

Edição: Arturo Hartmann