Um dos maiores especialistas em segurança digital do mundo, Ola Bini, é alvo de uma campanha de assédio digital no Equador e foi preso sem provas, afirma relatório da ONG Acess Now construído com base em pesquisa da Universidade de Harvard.
O sueco Ola Bini foi preso em 2019, poucas horas depois de Julian Assange também ser detido em Londres. Um dos diretores do WikiLeaks, Assange trabalhou na divulgação de informações confidenciais da participação dos Estados Unidos nas guerras do Afeganistão e Iraque. A detenção de Assange ocorreu após o então presidente do Equador, Lenín Moreno, revogar seu estado de asilo na embaixada equatoriana no Reino Unido.
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A defesa de Ola Bini afirma que o ativista pelos direitos digitais é alvo das autoridades equatorianas por sua ligação com Assange, Bini é amigo de Assange e o visitou enquanto estava confinado na embaixada equatoriana em Londres.
Bini foi preso sem que nenhuma acusação tenha sido apresentado contra ele e Moreno chegou a afirmar que o ativista poderia ter tentando interferir na eleição dos Estados Unidos. Após 70 dias preso, Bini foi solto e responde ao processo em liberdade. Ele não pode deixar o Equador e suas contas bancárias foram congeladas. Sua defesa tenta anular o processo.
"Além do que Bini tem enfrentado no sistema legal, ele também foi vítima de muitas formas extralegais de assédio ao longo de seu caso. Por exemplo, Bini foi o sujeito a vigilância contínua desde que foi libertado da custódia policial. Essa vigilância inclui Bini sendo seguido, tirando fotos dele e drones seguindo seu carro", afirma a Acess Now.
*Atualizada domingo, 29, às 13h23
Edição: Arturo Hartmann