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Estadão defende reforma trabalhista de Temer e personalidades reagem

Políticos e artistas respondem a texto que considera corte de direitos "um avanço"

Brasil de Fato | Brasília (DF) |

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Plenário da Câmara durante votação da reforma trabalhista de 2017; ao fundo, o então presidente da Casa, Rodrigo Maia - Antonio Cruz/Agência Brasil

O jornal O Estado de S. Paulo publicou, nesse domingo (10), o editorial "O PT não sabe o que é cidadania", em que critica as declarações do ex-presidente Lula (PT) sobre a possibilidade de revogação da reforma trabalhista implantada no governo de Michel Temer (MDB). As mudanças na legislação trabalhista não levaram a aumento de empregos e precarizaram ainda mais as relações de trabalho.

"A resistência de Lula à reforma trabalhista de 2017 não é, portanto, um aspecto acidental, uma incompreensão pontual, por assim dizer. Ela expõe, uma vez mais, a grande fissura que sempre existiu entre o discurso do PT em defesa dos direitos dos trabalhadores e a realidade da legenda, que desde suas origens priorizou os interesses dos sindicatos e das lideranças sindicais", aponta o jornal.

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Nas redes sociais, políticos e personalidades se manifestaram contra o editorial do Estadão. A presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT), afirmou que o jornal não entende de democracia e apontou uma "mentalidade escravagista" no texto. Ela ainda lembrou que a reforma trabalhista aprofundou ainda mais a desigualdade social entre os brasileiros.

"O 'Estadão' não sabe o que é democracia. Pensa que só os patrões têm direitos e os trabalhadores, não. Que só os ricos podem ter cidadania. Mentalidade escravagista no editorial de hoje. A reforma do Temer, que toda a mídia apoiou, tirou dos trabalhadores até o direito de ir à Justiça. Rasgou conquistas históricas. Fragilizou os sindicatos e implantou a lei do mais forte", escreveu Gleisi em sua conta no Twitter.

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Entenda o caso

Desde a manifestação pública de Lula elogiando a revogação de diversas medidas da reforma trabalhista da Espanha, implementada em 2012, a mídia tradicional e figuras do meio político reagem contra uma possível reversão de parte das medidas que alteraram a legislação trabalhista em 2017.

“É importante que os brasileiros acompanhem de perto o que está acontecendo na reforma trabalhista da Espanha, onde o presidente Pedro Sánchez está trabalhando para recuperar direitos dos trabalhadores”, tuitou Lula.

Depois, o ex-presidente brasileiro recebeu os cumprimentos do presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, em postagem na qual afirmou que as novas mudanças são “um exemplo de que, com diálogo e acordos, podemos construir um país mais justo e solidário”.

O Brasil de Fato selecionou diversas manifestações publicadas nas redes sociais durante o último domingo. Leia:


Comentário da humorista e atriz Mônica Iozzi na publicação do editorial do Estadão no Instagram / Reprodução/Instagram


Comentário da cantora Fernanda Abreu na publicação do editorial do Estadão no Instagram / Reprodução/Instagram

 

Edição: Vivian Virissimo