ELEIÇÕES 2022

Lula é líder, Moro estaciona e Bolsonaro para de cair: leia as pesquisas eleitorais da semana

Corrida eleitoral ao Planalto teve novos levantamentos divulgados por Exame/Ideia e Quaest/Genial Investimentos

Brasil de Fato | Brasília (DF) |

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Petista mantém vantagem na liderança das intenções de voto na disputa pela Presidência da República em 2022 - Ricardo Stcukert e Agência Brasil | Montagem: Brasil de Fato

A semana da corrida eleitoral pela Presidência da República em 2022 foi marcada pela divulgação de duas novas pesquisas de opinião.

Os levantamentos apontaram liderança do ex-presidente Lula (PT), com o presidente Jair Bolsonaro (PL) na segunda posição e o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) na terceira colocação.

Nesta sexta-feira (10), pesquisa feita pela Ideia, encomendada pela revista Exame, apontou vantagem do petista no primeiro turno. Os resultados apontam que ele ganharia as eleições no segundo turno contra qualquer adversário. Clique aqui e faça o download da íntegra.

Em um cenário com todas as pré-candidaturas consideradas, Lula soma 37%, Bolsonaro tem 27%. Eles são seguidos por Moro (10%), pelo ex-ministro Ciro Gomes (PDT) (6%) e pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB) (4%). 

Rodrigo Pacheco (DEM), Luiz Felipe D’Ávila (Novo) e Cabo Daciolo (Patriota) marcam 1% cada. Em votos válidos, Lula tem 43%.

A pesquisa foi realizada de 6 a 9 de dezembro. A margem de erro é de 3 pontos para mais ou para menos. Os dados foram coletados por contato telefônico com moradores de todas as regiões do país. Foram utilizadas 1.200 entrevistas.

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Na quarta-feira (8), a pesquisa feita pela Quaest, encomenda pela corretora Genial Investimentos, mostrou que Moro teria 7,5% e que Lula poderia ganhar no primeiro turno em qualquer cenário testado. Clique e faça o download da íntegra.

O estudo aponta que Lula tem 42,6% das intenções de voto, superando Bolsonaro, que aparece com 24,2%, Moro, com 7,5%, e Ciro, com 5,3%. Em votos válidos, o petista teria 50,6%.

A pesquisa foi realizada no período de 24 a 28 de novembro de 2021. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. Os dados foram coletados presencialmente em 135 municípios das 24 unidades federativas. Foram utilizadas 2.000 entrevistas.

Moro desacelera

Levantamento feito pela Ideia/Exame, divulgado em 12 de novembro, apontava Lula com 35% e Bolsonaro, 25%. Os dois apresentaram estabilidade no novo estudo do mesmo instituto, enquanto Moro, que aparecia com 5%, teve crescimento de 5 pontos percentuais.

A alta do ex-juiz já havia sido captada pelas pesquisas feitas por Paraná PesquisasPoderData e Ipespe em novembro.

Contudo, no novo estudo divulgado pela Exame, Moro não supera o patamar apresentado no levantamento de outros institutos e empresas de pesquisa. Em todos eles, o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro varia de 7,5% a 11%.

Como possuem metodologias diferentes, os estudos não podem ser comparados para aferir crescimento, queda ou estabilidade dos concorrentes. Porém, todos eles apontam uma mesma tendência: o primeiro mês de pré-candidatura não garantiu a Moro quebrar a barreira dos dois dígitos, com pontuação acima dos 10%, considerando a margem de erro.

O cientista político Alberto Carlos de Almeida publicou na quarta-feira (8) um gráfico em que mostra a evolução do desempenho de Moro nas pesquisas desde 2019. O especialista aponta que o ex-juiz da Lava Jato jamais retomou o nível de intenções de voto que tinha durante o período em que era ministro da Justiça de Bolsonaro.


Desempenho de Sergio Moro nas pesquisas eleitorais de 2022 / Alberto Carlos de Almeida / Twitter - @albertocalmeida

"O que essa série de dados mostra com muita clareza é que, enquanto Moro fazia parte do governo Bolsonaro, ele herdava em votos o apoio que Bolsonaro tinha. No período em que ele tinha 17, 18 ou 19% de intenções de voto, Bolsonaro não era tão mal avaliado. Quando sai do governo, Moro despenca", afirma Almeida, em seu canal O Bastidor da Política.

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Bolsonaro estanca sangria

Bolsonaro, que vinha em queda vertiginosa, conseguiu "estancar a sangria". Nos levantamentos, varia de 24% a 27% e segue, em média, com mais de 10 pontos percentuais de vantagem sobre Moro. Os levantamentos sobre sua popularidade apontam a mesma tendência.

Uma pesquisa do PoderData realizada de 6 a 8 de dezembro mostrou um leve recuo entre os que consideram seu trabalho "ruim” ou “péssimo”. Nesta rodada, 54% dos entrevistados tiveram essa percepção, ante 57% no levantamento realizado 15 dias antes. A variação está dentro da margem de erro do estudo, de 1,8 ponto percentual para mais ou para menos.

O levantamento da Quaest apontou que 50% da população avalia negativamente o governo Bolsonaro, enquanto apenas 21% classifica como positivo. Fechando a conta, 26% dos entrevistados disseram considerar o governo regular. No estudo anterior feito pela mesma empresa, a rejeição era mais alta, de 56%.

Lula é líder

As pesquisas também apontam que o ex-presidente Lula segue com larga vantagem na liderança. A possibilidade de vitória no primeiro turno, apontada pela Quaest, não foi captada pela Exame/Ideia, feita com entrevistas mais recentes.

As chances do petista garantir o pleito no primeiro turno é percebida pelas pesquisas eleitorais há meses. Em setembro, uma pesquisa realizada pela Ipec e divulgada pelo Jornal Nacional, mostrou que Lula tinha 48% das intenções de voto, seguido por Bolsonaro, com 23% e Ciro Gomes com 8%.

O petista mantinha 11 pontos percentuais a mais do que a soma de todos os seus possíveis adversários, o que o levaria a vencer no 1º turno. Em novembro, o Vox Populi acusou a mesma tendência, colocando Lula com 57% dos votos válidos.

Um gráfico animado produzido pelo Brasil de Fato mostra, contudo, que há um "efeito-sanfona" na distância entre Lula e Bolsonaro nos diferentes levantamentos. A distância varia de 5 pontos percentuais a mais de 15, a depender da pesquisa.

Até o final do ano, novos levantamentos devem ser divulgados. Há expectativa de divulgação de pesquisas eleitorais produzidos pelo Datafolha e pelo PoderData. Para 2022, os estudos precisam ser registrados na Justiça Eleitoral com antencedência.

Edição: Leandro Melito