O movimento negro foi às ruas do país, neste sábado (20), em respeito ao Dia Nacional da Consciência Negra. Os atos também serviram de plataforma para marcar o protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Em São Paulo, os manifestantes se concentraram na Avenida Paulista, na zona sul, e marcharam até o Teatro Municipal, na região central. Antes, pediram que o governo mude de mãos no país.
“Nós temos que voltar com tarefa, que é virar a página de Jair Bolsonaro. O racismo continuará nos assolando, mesmo quando Bolsonaro sair. Nosso problema não é um governo, é o Estado. Só tem uma novidade possível nesse país, são os pretos e pretas no poder”, disse Douglas Belchior, fundador da Uneafro.
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Ana Mielke, do Círculo Palmarino, lembrou as vítimas da pandemia do coronavírus e culpou Bolsonaro pela tragédia brasileira. A covid-19 custou 612 mil vidas no país e o vírus infectou outras 22 milhões de pessoas, de acordo com os dados oficiais.
“Nesse 20 de novembro, estamos aqui para denunciar o genocídio brasileiro, que é um projeto do governo Bolsonaro. São 600 mil mortes. Sabemos que a maior parte são os pretos e pretas, que vivem na precariedade. Precisamos derrubar Bolsonaro para reestabelecer o Estado de direito no Brasil. Precisamos de uma democracia que tenha uma cara preta, que tenha uma cara de mulher", afirmou Mielke.
Aproximadamente 18 mil pessoas, segundo a organização do ato, participaram da mobilização e ouviram, ainda, Édson França, vice-presidente da Unegro, que também atacou Bolsonaro.
“Em 1978 demos um grito que nunca foi silenciado. Bolsonaro é um racista e genocida, ele sabia que essa doença matava, mas ele queria nos matar”, disse França.
Edição: Thales Schmidt