Neste 4 de novembro, completam-se 52 anos do assassinato de Carlos Marighella, morto por agentes do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS). Desde então, muito tem se produzido sobre a vida e a atuação do guerrilheiro e cofundador da Ação Libertadora Nacional (ALN) durante a ditadura militar brasileira.
O filme Marighella, dirigido pelo ator Wagner Moura, que estreia oficialmente nesta quinta (4), depois de dois anos de espera, é o produto mais recente publicado sobre ele. No filme, Moura aborda os últimos anos de sua vida e sua atuação frente à ALN.
::Wagner Moura sobre o filme Marighella: “Estou preparado para a porrada”::
“Isso para mim é muito significativo do momento pelo qual o Brasil passa. Marighella era um homem do seu tempo e que continua inspirando, como eu disse, todos aqueles que acreditam na justiça social, um homem que sempre esteve ao lado dos mais pobres, dos mais fracos, dos oprimidos, dos trabalhadores, um lutador pelos direitos civis, um democrata”, disse Moura ao Brasil de Fato.
Conheça outros materiais que abordam a vida do guerrilheiro:
Marighella (Mil Faces De Um Homem Leal)
A música dos Racionais MC's lançada em 2012 e produzida para um documentário sobre Marighella, começa com o próprio guerrilheiro conclamando a população brasileira para unir forças revolucionárias. “O poder pertence ao povo. Nosso lema é unir as forças revolucionarias. Em qualquer parte do Brasil, compatriotas de todas partes podem surgir dos bairros, das ruas, dos conjuntos residenciais, das favelas, mocambos, malocas e alagados. A missão de todos os revolucionários é fazer revolução.”
Marighella
O documentário dirigido pela socióloga Isa Grinspum Ferraz, sobrinha de Clara Charf, a viúva de Carlos Marighella, transita entre o aspecto familiar e o aspecto conhecido por todos, da atividade guerrilheira. Os depoimentos de familiares, amigos e estudiosos ajudam a construir a trajetória feita pelo político, a partir de uma riqueza de históricas e dados. É para este documentário, narrado pelo ator Lázaro Ramos, que os Racionais MC's lançaram o rap.
Marighella, o guerrilheiro que incendiou o mundo
Livro que inspirou o filme dirigido por Wagner Moura, a obra escrita pelo jornalista Mário Magalhães reconstitui as passagens de Marighella pela criação, família, prisão, tortura, assaltos a bancos e morte. O escritor apresentou neste livro, publicado em 2012, informações até então inéditas sobre o guerrilheiro.
Carlos Marighella – quem samba fica, quem não samba vai embora
O documentário Carlos Marighella – quem samba fica, quem não samba vai embora, produzido por Carlos Pronzato, também foca na trajetória de Marighella a partir de sua luta contra a ditadura militar. Por meio de entrevistas com ex-companheiros da luta armada e estudiosos, o filme retrata eventos protagonizados por Marighella, como torturas e assaltos. O documentário foi produzido e lançado em 2012.
Marighella – Retrato Falado do Guerrilheiro
O documentário Marighella - Retrato Falado do Guerrilheiro, lançado em 2001 pelo diretor Silvio Tendler, é uma homenagem ao guerrilheiro pela data em que o político completaria 90 anos.
Chamamento ao povo brasileiro
O livro Chamamento ao povo brasileiro, organizado por Vladmir Safatle, reúne ensaios, cartas, manifestos e poemas de Carlos Marighella, incluindo até mesmo os escritos que circularam apenas de forma clandestina. O volume, publicado em 2019, inclui ainda o livro Por que resisti à prisão (1965), escrito por Marighella com análises da política brasileira e sobre a luta armada.
A imagem e o gesto – Fotobiografia de Carlos Marighella
Publicado em 1999 pela Editora Fundação Perseu Abramo, o livro expõe em mais de cem fotos e textos sintéticos a trajetória de Marighella. Escrito e organizado por Vladimir Sacchetta, Márcia Camargos e Gilberto Maringoni, o livro tem apresentação de Apolônio de Carvalho, militante comunista brasileiro.
O Amargo Santo da Purificação
A encenação de O Amargo Santo da Purificação – Uma Visão Alegórica e Barroca da Vida, Paixão e Morte do Revolucionário Carlos Marighella, estreou em 2008 e, no ano seguinte, ganhou o Prêmio Açorianos de melhor espetáculo, seguido dos prêmios de melhor produção, figurino, trilha sonora (para Johann Alex de Souza) e melhor atriz (para Tânia Farias). Elaborada pela Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, a dramaturgia parte de poemas escritos por Marighella transformados em canções.
Um comunista
A música Um comunista, lançada em 2012 por Caetano Veloso, traça os eventos mais marcantes da vida de Marighella, entre o seu nascimento, a Ditadura Militar, a Guerra fria e o seu assassinato. “Os comunistas guardavam o sonho. Os comunistas, os comunistas.”
Não Tive Tempo Para Ter Medo
O espetáculo de dança da Companhia Carne Agonizante Não Tive Tempo Para Ter Medo mostra a transformação da vida de Marighella em dança. Produzido por Sandro Borelli, em 2018, o espetáculo ocorre no palco com os atores Alex Merino, Mainá Santana e Rafael Carrion, sob a trilha sonora de Gustavo Domingues.
Carlos Marighella: O homem por trás do mito
O livro Carlos Marighella: O homem por trás do mito, organizado por Cristiane Nova e Jorge Novoa, traz artigos, ensaios e depoimentos de militantes, amigos de Marighella e estudiosos, além de texto do próprio guerrilheiro. Publicado em 1999 pela Editora Unesp, os escritos enfatizam a coragem, a liderança e generosidade política de Marighella.
Carlos Marighella: O Inimigo Número Um da Ditadura Militar
A obra Carlos Marighella: O Inimigo Número Um da Ditadura Militar, escrito pelo jornalista Emiliano José, revela ao leitor o que pensava e como Marighella pagou o preço mais alto, sua própria vida, por lutar contra as injustiças sociais.
Marighella #Livre
A história em quadrinhos Marighella #Livre traz três momentos cruciais da história e da vida do militante, guerrilheiro e poeta. O roteiro da obra é de Rogério Faria e as ilustrações são de Ricardo Souza e Jefferson Costa. Segundo Faria, o roteiro começou a ser escrito em 2017.
Manual do Guerrilheiro Urbano
A obra que mais se aproxima dos anseios de Carlos Marighella foi escrita pelo próprio. Manual do Guerrilheiro Urbano não reúne apenas orientações para a revolução, mas também é um espelho do que pensava, queria e sentia o homem que lutou contra a ditadura.
“Cada camarada que se opõe à ditadura militar e deseja resistir fazendo alguma coisa, mesmo pequena que a tarefa possa parecer. Eu desejo que todos que leram este manual e decidiram que não podem permanecer inativos, sigam as instruções e juntem-se à luta agora. Eu solicito isto porque, baixo qualquer teoria e qualquer circunstâncias, a obrigação de todo revolucionário é fazer a revolução.”
Clique aqui para acessar o manual an íntegra.
Edição: Leandro Melito