O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) será indiciado pela condução do enfrentamento à pandemia de covid-19. De acordo com ele, nesta terça-feira (5), a comissão apresentará um “texto robusto” e não irá “miar” na produção do relatório.
“Pode ser e com certeza será indiciado”, prometeu Renan. “Nós não vamos falar grosso na investigação e miar no relatório. Ele com certeza será (indiciado) pelo que praticou”, afirmou Renan Calheiros, em entrevista aos jornalistas, ao chegar para a sessão.
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Ao todo, cerca de 30 nomes serão indiciados pelos senadores. O relator compartilhará dados da comissão, que está em sua reta final de trabalhos, com vários órgãos de investigação, como a Procuradoria-Geral da República (PGR), unidades do Ministério Público Federal (MPF) nos estados e o Tribunal de Contas da União (TCU).
O relator da CPI acrescentou que as figuras centrais de seu relatório serão Bolsonaro, ministros de Estado e membros do chamado “gabinete paralelo”. Ele disse ainda que os senadores utilizarão os tipos penais de crime comum, crime de responsabilidade, crime contra a vida, e crime contra a humanidade.
“O presidente da República, os ministros, aquelas pessoas que tiveram participação efetiva no gabinete paralelo e todos aqueles que tiveram responsabilidade no desvio de dinheiro público e na roubalheira. Então essas pessoas serão responsabilizadas”, afirmou Calheiros.
Memorial
O relator da CPI da Covid apresentou ontem (4) um projeto para criar um Memorial em Homenagem às Vítimas da Covid-19 no Brasil. O memorial consistiria em uma placa na parte externa do Senado Federal, “de modo a ser facilmente visto pelos cidadãos, representando a dor pela perda das vítimas nos 27 estados da federação”.
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Além de uma homenagem, o Memorial às Vítimas da Covid-19 será “um dos legados” da CPI e servirá “para que futuros congressistas e governantes sigam direção diferente”, acrescentou o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM). “É para ficar na história do Senado Federal para que isso nunca mais aconteça”, defendeu.
Além de Renan, Omar e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da comissão, também assinam o projeto. Outros 13 senadores co-assinam a proposição. “O monumento tem como compromisso manter viva a memória dessa que é a maior tragédia humanitária da história do Brasil e que deixa uma cicatriz na história do país”, argumentou Calheiros no projeto.