Um dos maiores violonistas brasileiros, o paraense Sebastião Pena Marcião, conhecido como Sebastião Tapajós, faleceu na noite do último sábado (2), aos 79 anos, em Santarém (PA), vítima de um infarto agudo do miocárdio.
Sebastião Tapajós é um ícone da cultura paraense e lançou mais de 50 discos. Em 2013, recebeu o título de doutor honoris causa da Universidade do Estado do Pará (UEPA) e da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA).
Nascido em Alenquer (PA), ele foi apresentado ao violão durante a infância. Formou-se violonista profissional no Conservatório Nacional de Música de Lisboa, nos anos 1960, e fez dezenas de concertos em Portugal e na Espanha.
De volta ao Pará, Sebastião Tapajós lecionou no Conservatório Carlos Gomes de Belém até 1967.
Ao longo da carreira, fez parcerias com gigantes da MPB, como Hermeto Pascoal, Sivuca e Joel do Bandolim.
Na Europa, o músico brasileiro fez centenas de concertos, e é particularmente aclamado na Alemanha.
Entre 1998 e 2001, ele aprofundou os estudos sobre os diferentes ritmos da Amazônia. Essa imersão resultou no lançamento de quatro álbuns: Encontro com a saudade, Instrumental caboclo (trilha sonora do filme Lendas amazônicas), Solos da Amazônia e Solos do Brasil, este último em parceria com Hermeto Pascoal e Gilson Peranzzetta.
Em 2000, gravou o disco "Acorde violão", no qual homenageou a obra de músicos como Cartola, Ary Barroso e Pixinguinha.
Sebastião Tapajós viveu os seus últimos anos em Santarém, ao lado da esposa Tanya Maria Figueiredo Marcião.
Desde 2017, o Instituto Sebastião Tapajós trabalha para divulgar e sistematizar o legado do músico.
Em 2018, foi realizado um tributo a ele na Casa da Cultura, em Santarém, com o tema "Santarém do Tapajós: rio abaixo rio acima". Na ocasião, foi assinada uma lei municipal que concedeu pensão vitalícia ao músico, em agradecimento a suas contribuições para a difusão da cultura local.
Edição: Daniel Giovanaz