O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo realizou uma manifestação, nesta quinta-feira (30), em frente ao jornal Folha de S. Paulo, no centro da capital paulista, contra o reajuste salarial proposto pelas empresas.
Segundo Thiago Tanji, presidente do sindicato, a proposta é de 4,45% para salários de até R$ 10 mil e de R$ 445 para salários acima de R$10 mil.
A inflação acumulada nos 12 últimos meses, no entanto, é de 8,99%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no dia 10 de agosto. O índice é o maior desde maio de 2016, quando atingiu 9,32%.
Para Tanji, as empresas estão “oferecendo metade da inflação que a gente sabe que ainda é muito maior aos combustíveis, alimentos e serviços essenciais. Na verdade, querem rebaixar nosso salário em quase 5%. Isso é um absurdo”.
A ideia da manifestação também é mobilizar outros jornalistas para a campanha salarial do sindicato.
“Nossa luta é mais do que justa, é necessária para que a gente consiga garantir nossos direitos”, afirmou o presidente.
Paulo Zocchi, diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo e vice-presidente da Federação Nacional dos Jornalistas, lembrou ainda que durante a pandemia de covid-19 a carga de trabalho aumentou “brutalmente”, o que torna ainda mais grave o achatamento salarial.
“Quando a gente faz teletrabalho, a gente exige que tenha respeito à jornada, controle de ponto, que a empresa pague o custo do teletrabalho, que dê os equipamentos e cuide da saúde do trabalhador”, afirma Zocchi, para quem esse cenário está de longe de se concretizar como padrão.
As empresas “sequer querem o reajuste do salário pela inflação. Mas eles estão aumentando a carga de trabalho e ainda por cima achatando o salário”, conclui Zocchi.
Edição: Anelize Moreira