Nesta terça-feira (28), a Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia (ABMMD) e a Rede Nacional de Médicos e Médicas Populares (RNMMP) divulgou uma nota criticando o Conselho Federal de Medicina (CFM) por sua “omissão” na crise da Prevent Senior. A associação também solicitou ao Ministério Público Federal e ao Tribunal de Contas da União que “adotem as medidas que se fizerem necessárias para que o CFM cumpra suas responsabilidades institucionais.”
“Por sua omissão, o CFM tornou-se cúmplice do governo federal nas políticas de enfrentamento à covid-19, contrárias ao preconizado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e por protocolos internacionais, desconsiderando as melhores evidências científicas existentes”, afirmam.
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Documentos entregues à CPI da Pandemia revelaram que a Prevent Senior utilizou medicamentos sem eficácia comprovada em pacientes com covid-19, sem que eles fossem avisados sobre o uso dos remédios.
“Tais experimentos teriam ocorrido com o cometimento de diversas irregularidades, dentre elas a sonegação de informações aos pacientes, adulteração de prontuários, a omissão de óbitos, o uso indevido de medicamentos do denominado 'kit COVID' e a imposição de prescrição aos médicos do corpo clínico, em clara afronta ao preceito da autonomia médica”, aponta a associação.
Ainda de acordo com a entidade, “os prejuízos causados à saúde pública e, por conseguinte, à sociedade brasileira pelo posicionamento do CFM não podem ficar impunes”.
Edição: Rebeca Cavalcante