O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) do Rio Grande do Sul ocupou um prédio sem uso e sem função social no último domingo (26), na região central de Porto Alegre (RS).
Segundo o movimento, o objetivo é instalar uma Cozinha Solidária para produzir marmitas e distribuir à população em situação de vulnerabilidade social do entorno. "O projeto das Cozinhas Solidárias é mantido através de apoio voluntário. Quem quiser colaborar pode entregar alimentos diretamente no local", destaca Eduardo Osório, da coordenação do MTST RS.
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Segundo Osório, o local é um imóvel abandonado e em ruínas, trazendo insegurança para a comunidade do entorno. Está localizado na avenida Azenha, 1018, um local de Porto Alegre com intenso trânsito de trabalhadores e trabalhadoras do comércio, motoristas de aplicativo, entregadores, ambulantes e pessoas em situação de rua.
"Num cenário de barbárie, miséria, desemprego, pandemia e fome, precisamos construir estratégias coletivas de resistências sociais frente ao abismo de desigualdades presentes na vida cotidiana. Não podemos naturalizar e ver com normalidade nossas crianças nos semáforos, nossos jovens fora da escola, nossas mulheres acometidas pela violência doméstica. Muito menos, ser coniventes com o genocídio proposto pelo Estado brasileiro, que ceifou quase 600 mil vidas por conta da covid-19", destaca.
O MTST RS reforça que a Cozinha Solidária da Azenha nasce com o propósito de enfrentar a fome que assola a população brasileira e para mostrar que é possível sim, sonhar e construir uma sociedade pautada nos vínculos de solidariedade de classe. "Com vontade política e valorizando a vida e não o lucro, é possível fornecer alimentação saudável, gratuita e de qualidade para todos, todas e todes."
Osório lembra que mais de 19 milhões de pessoas passam fome no Brasil. "Muitas vezes, precisamos escolher entre comprar o pão ou arroz, o feijão ou o gás. Muitos trabalhadores e trabalhadoras estão com os aluguéis atrasados, vivendo de fazer bicos ou dependendo da ajuda de familiares. Não tem emprego, não tem renda, nem teto, muito menos comida. Lutamos pelo direito de viver e viver com dignidade. É por isso que o MTST tem mais de 20 Cozinhas Solidárias espalhadas pelo Brasil, financiadas por doações e a solidariedade de muitos trabalhadores e trabalhadoras que não conseguem mais se calar frente a esta triste realidade."
Segundo ele, em Porto Alegre, onde o número de pessoas em situação de rua é gritante, onde as pessoas precisam fazer malabarismos para levar o pão pra casa, não seria diferente. "Quem pode ajuda quem não pode. Quem tem, compartilha com quem não tem! Por isso chamamos para construir com a gente essa rede de solidariedade. Apoie a nossa, a tua Cozinha Solidária da Azenha e vem com a gente escrever uma nova história para o Brasil!"
As doações para as Cozinhas Solidárias podem ser feitas pelo https://apoia.se/cozinhasolidaria ou através do PIX [email protected], enviando o comprovante para o WhatsApp (51) 99345-1749.
Fonte: BdF Rio Grande do Sul
Edição: Katia Marko