Longe do fim

Número de escolas no Distrito Federal com casos de Covid-19 aumenta 30%

Precarização nas instalações das escolas da rede pública potencializa risco de infecção de professores e alunos.

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
"Muitas escolas ainda não sabem como proceder nos casos positivos que aparecem” - Foto: Mary Leal/Ascom SEE/DF

Em dez dias, o número de escolas da rede pública do Distrito Federal com casos confirmados de covid-19 saltou de 69 para 98. O Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) e o Comitê de Monitoramento de Retorno às Aulas Presenciais informam que têm acompanhado de perto os registros. 

O chefe de gabinete da deputada Arlete Sampaio, Gabriel Magno, que compõe o comitê, ressalta que a avaliação do grupo é que nas últimas semanas os números de casos têm aumentado consideravelmente. Para ele, um dos problemas é o protocolo da Secretaria de Saúde em relação aos casos registrados na rede de ensino. “A orientação é muito vaga e confusa. Muitas escolas ainda não sabem como proceder nos casos positivos que aparecem”.

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Magno relata que “algumas escolas ainda reclamam de déficit de servidores, por exemplo, para as tarefas sanitárias”, como medição de temperatura e limpeza. Ele informou que as demandas apresentadas são encaminhadas ao GDF para tomada de providências.

Samuel Fernandes, diretor do Sinpro-DF, reitera a fragilidade dos protocolos dado à rede pública de ensino. “O correto seria um protocolo específico para as escolas, tendo um caso, seja de aluno ou professor, as aulas deveriam ser suspensas imediatamente e todos que tiveram contato deveriam passar por uma testagem em massa para evitar maior contaminação”.

O professor afirma que categoria está com medo devido à crescente nos números de casos nas escolas. 

“Com essa nova variante, a Delta, que tem alto índice de contaminação, a preocupação é ainda maior por conta das condições das escolas. Muitas salas de aula não têm ventilação adequada, as máscaras disponibilizadas pelo governo não são apropriadas para os alunos. A falta de refeitórios na maioria das escolas obrigam os alunos a fazer as refeições dentro da sala de aula, sem o uso da máscara. Então se um aluno tiver contaminado, acaba espalhando para os demais” alerta Fernandes.

 O diretor explica que, se o número de casos continuar aumentando a categoria decidirá em assembleia sobre a continuidade ou suspensão das aulas. “Temos uma assembleia marcada ainda para esse mês de setembro”. 

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Comitê 

O Comitê de monitoramento foi constituído no início de agosto com o retorno presencial das aulas e conta com a participação da Comissão de Educação, Saúde e Cultura, a Ordem dos Advogados de Brasília (OAB), Defensoria Pública, Conselho de Saúde do DF, Observatório de Educação Fásica da FE-UnB, Sindicato dos Professores do Distrito Federal (SINPRO), Sindicato dos Trabalhadores em Escolas Públicas no Distrito Federal (SAE) e a União dos Estudantes Secundaristas do Distrito Federal (UESDF).

O canal tem o objetivo de fiscalizar a volta às aulas presenciais do DF e receber relatos e denúncias em caso de descumprimento das regras sanitárias, problemas com as estruturas escolares, denúncias de contágio, falta de condições e de sanitização.

Denúncias

Para relatos e denúncias, é possível acessar uma linha direta com o Sinpro-DF pelo WhatsApp (61) 99959-0105 ou com a CESC/CLDF pelo o WhatsApp da (61) 98450-8155 e pelo e-mail [email protected].

Fonte: BdF Distrito Federal

Edição: Flávia Quirino