Eleições

Direita vence eleição primária na Argentina e presidente diz: "Escutamos a mensagem do povo"

Coalizão macrista contraria pesquisas eleitorais e vence em quase todo o país; Ultradireita também avança

Brasil de Fato | Buenos Aires, Argentina |
A direita ganhou espaço nas urnas das primárias da Argentina. - Alejandro Pagni / AFP

Os resultados das eleições primárias realizadas no domingo (12) na Argentina surpreenderam a todos. Ao contrário do que apontavam as pesquisas eleitorais, a coalizão macrista de direita Juntos por el Cambio (JxC) teve expressiva maior quantidade de votos em todo o país. Outra surpresa foi a ascensão do ultradireitista Javier Milei (Avanza Libertad), que obteve 13% de votos na capital federal.

Primeiro termômetro concreto sobre a recepção do governo pela sociedade argentina, a eleição primária, aberta, simultânea e obrigatória (PASO) demonstra a possibilidade de retorno do JxC como maioria no legislativo na eleição geral, que acontecerá no dia 14 de novembro. A PASO determina os candidatos do pleito de novembro, quando o país escolhe metade da Câmara de Deputados e um terço do Senado.

Na província de Buenos Aires, maior distrito eleitoral do país, a coalizão governista do presidente Alberto Fernández, Frente de Todos (FdT), obteve 33,64% dos votos na lista de deputado nacional, enquanto o JxC concentrou 37,99% dos votos, somando as duas listas para deputado nacional apresentas pela coalizão. O Frente de Izquierda (FIT) seguiu em terceiro lugar, com 5,22% dos votos na província, seguido da lista encabeçada por Milei, com 4,87% dos votos.

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Na capital federal, governada há 14 anos pela direita, o resultado segue o esperado, com 48,19% de votos para o JxC, 24,66% para o FdT e a surpresa está na nova terceira opção: a coalizão extremista Avanza Libertad, com 13,66% dos votos.

"Escutamos a mensagem do povo", discursou Fernández após os resultados. "A partir de amanhã começaremos a trabalhar para reverter o resultado em novembro."

Fernández ressaltou o rápido avanço na campanha de vacinação no país, que alcançou 12 milhões de pessoas antes da eleições primárias; mas não deixou de fazer uma autocrítica diante do resultado das urnas. "Algo não fizemos bem para que não nos acompanhem como esperávamos. Evidentemente, cometemos erros. Há uma demanda nos votantes que não pudemos resolver."

Edição: Thales Schmidt