PROCESSO

No Rio, Justiça nega afastamento de desembargadora do caso Flordelis por "rispidez"

Deputada cassada está presa desde 13 de agosto, sob acusação de ser mandante da morte do marido

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Flordelis
Ex-deputada está presa desde o dia 13 de agosto, no Complexo de Gericinó, na zona oeste do Rio de Janeiro - Reprodução

Os desembargadores da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) rejeitaram um pedido da defesa da ex-deputada Flordelis para afastar a juíza Nearis dos Santos Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói.

A suspeição foi proposta pela defesa de Flordelis, que alegou quebra da imparcialidade da magistrada na condução do processo que apura a morte do pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019.

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Na decisão, o desembargador Celso Ferreira Filho afirmou que "firmeza não deve ser confundida com falta de urbanidade, assim como instrução escorreita, respeitando-se prazos, procedimentos e horários, não se transmuda em constrangimento ilegal”.

O desembargador criticou ainda as tentativas da defesa de Flordelis de levantar a suposta imparcialidade da juíza. Segundo ele, essa medida é "censurável" porque retarda e prejudica o andamento do processo.

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“As partes podem ficar insatisfeitas com as decisões que contrariem os seus interesses, mas existem as vias recursais para reexame da questão. O direito, porém, não tolera que os inconformismos venham travestidos de alegações levianas de parcialidade contra o magistrado”, conclui o magistrado.

Prisão

Flordelis foi presa no dia 13 de agosto em sua casa, em Niterói, e agora está no Complexo de Gericinó, na zona oeste do Rio. A prisão foi decretada no dia seguinte à perda do mandato parlamentar na Câmara dos Deputados. Na sequência, Flordelis foi também expulsa do PSD.

O pastor Anderson do Carmo foi morto com mais de 30 tiros na garagem da casa em que morava com a pastora e ex-deputada Flordelis e mais 55 filhos no município de Niterói, na região metropolitana do Rio. Ela é apontada como mandante do crime. 

Em dois anos, a investigação, liderada pela Delegacia de Homicídio de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, expôs uma trama familiar repleta de briga, traição, abuso sexual e tentativa de homicídio no núcleo familiar de Flordelis.

Ao todo, sete filhos do casal, três afetivos, um adotivo e três biológicos estão presos pelo crime, assim como uma neta da ex-deputada.

Flordelis era a única acusada que não estava presa devido à imunidade parlamentar. Além da pastora, seus filhos e neta, também são réus um ex-policial ligado à família e sua esposa. Todos já foram pronunciados pela Justiça e irão a júri popular.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Eduardo Miranda