Direitos digitais

Equador volta a marcar julgamento de especialista em segurança digital e amigo de Assange

Organizações de direitos humanos afirmam que Ola Bini é alvo de perseguição do Estado

São Paulo (SP) |
O ativista digital Ola Bini estava preso desde o dia 11 de abril no Equador e foi libertado na última sexta-feira (21)
O ativista digital Ola Bini estava preso desde o dia 11 de abril no Equador e foi libertado na última sexta-feira (21) - Cristina Vega / AFP

O judiciário do Equador marcou para os dias 19, 20 e 21 de janeiro de 2022 as audiências do caso de Ola Bini. O ativista da segurança digital tem um processo marcado por anos de adiamentos e organizações de direitos humanos afirmam que ele é alvo de uma campanha de assédio judicial.

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Um dos maiores especialistas em segurança digital do mundo, Bini foi preso em 2019 após seu amigo e fundador do WikiLeaks Julian Assange ser detido em Londres. A defesa de Ola Bini afirma que o ativista pelos direitos digitais é alvo das autoridades equatorianas por sua ligação com Assange, Bini visitou Assange enquanto ele estava confinado na embaixada equatoriana em Londres.

Bini foi preso sem que nenhuma acusação tenha sido apresentado contra ele e o então presidente do Equador, Lenín Moreno, chegou a afirmar que o ativista poderia ter tentando interferir na eleição dos Estados Unidos. Após 70 dias preso, Bini foi solto e responde ao processo em liberdade. Ele não pode deixar o Equador e suas contas bancárias foram congeladas. Sua defesa tenta anular o processo.

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A audiência remarcada agora foi adiada porque representantes da Corporação Nacional de Telecomunicações, estatal local de telecomunicações, afirmarem que não poderiam comparecer na data determinada anteriormente. Bini é acusado de "acesso não consentido a um sistema de computadores" do governo equatoriano.

A data foi determinada após veículos locais publicarem textos retratando Bini como um hacker com conexões políticas no Equador.

Edição: Daniel Lamir