Em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, os entregadores de aplicativo realizaram uma paralisação de cinco dias na última semana. Eles cobraram das operadoras melhores condições de trabalho, como o aumento da taxa de entrega paga aos entregadores e fim dos bloqueios indevidos, fato que ocorreu com um dos entregadores que estava construindo a greve.
O entregador, conhecido como Leandro Amaral, ressalta que a luta dos entregadores é antiga e, desta vez, houve uma maior mobilização, com a adesão de cerca de 400 entregadores, fazer com que alguns restaurantes credenciados também aderissem à paralisação.
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A fim de diminuir os bloqueios indevidos, realizados pela empresa Ifood, os entregadores reivindicam que a solicitação de códigos no momento da entrega sejam feita em todos os pedidos, o que ainda não tem acontecido.
Os bloqueios indevidos ocorrem, muitas vezes, quando o cliente recebe o pedido e alega que não recebeu. O Ifood, então, bloqueia o motorista. Após o bloqueio, o trabalhador bloqueado não tem um direito de resposta e pode perder sua fonte de renda. O entregador também pode ser penalizado temporariamente ou mesmo ser desligado do aplicativo.
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Outra reivindicação é que a taxa mínima de entrega do Ifood, de R$ 5,31, seja reajustada para R$ 7,50, considerando que houve sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis. Os entregadores também falaram sobre o tempo de coleta dos pedidos ser muito curto, de cinco a sete minutos, fazendo com que os entregadores se arrisquem no trânsito.
Outro ponto levantado é a falta de um suporte presencial, com o qual os entregadores possam conversar. Os trabalhadores não possuem nenhum espaço para carregar o celular, tomar uma água, ir ao banheiro ou até mesmo tirar dúvidas.
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“Nós precisamos de um suporte mais eficaz e algum meio que a gente consiga falar com o Ifood, porque a gente não tem. E, infelizmente, não consegue falar, um motoboy se acidenta e a gente não consegue o seguro de vida, que a empresa tanto promete, porque a gente não tem como falar com eles além do e-mail”, reclama Leandro.
Os trabalhadores tiveram uma reunião com um representante da empresa, que prometeu uma reunião presencial com os entregadores em setembro. O entregador que havia sido bloqueado indevidamente conseguiu retornar ao aplicativo, sua principal fonte de renda. “Todos nós somos pais de família, todos nós temos contas para pagar, todos nós estamos no aperto, mas não podemos deixar essas empresas abusarem de nós”, afirma o trabalhador.
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O Brasil de Fato entrou em contato com a empresa citada para buscar mais informações, mas, até o fechamento desta matéria, não houve retorno.
Fonte: BdF Minas Gerais
Edição: Elis Almeida