Na mira do Senado

Ao vivo: CPI da Covid mira corrupção na compra de vacinas ao ouvir reverendo Amilton

Reverendo Amilton de Paula teria articulado a negociação das vacinas AstraZeneca e Janssen com o Ministério da Saúde

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Ouça o áudio:

Reverendo Amilton Gomes de Paula chega ao Senado Federal para depor na CPI da Covid - Pedro França/Agência Senado

A CPI da Covid entra na “segunda temporada” – como tem dito o o vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AP) –, nesta terça-feira (3).

Em seu primeiro episódio após o recesso parlamentar, a comissão ouve o depoimento do denominado “reverendo” Amilton Gomes de Paula, personagem “obscuro”, presidente de uma entidade chamada Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), da qual ninguém tinha ouvido falar até aparecer na comissão.

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De acordo com reportagem da Agência Pública, a Senah presidida por Amilton de Paula “articulou a aquisição de vacinas (da AstraZeneca e da Johnson) com o Ministério da Saúde” e as doses seriam oferecidas a prefeituras e governos estaduais.

O “reverendo” esteve no ministério em 4 de março de 2021, segundo fotos postadas por ele mesmo, que o mostram ao lado do policial militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira no MS.

Este último se diz representante da empresa Davati e afirma que o MS pediu propina de US$ 1 por dose para firmar a compra da vacina Astrazeneca. Segundo Dominguetti, foi o reverendo quem o apresentou ao ex-secretário-geral da pasta, o coronel Elcio Franco.

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Em outra imagem, o suposto religioso aparece ao lado do filho “Zero 1” do presidente da República, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), que se tornou membro da CPI com a vaga aberta pela saída de Ciro Nogueira (PP-PI), ex-titular da comissão e agora nomeado ministro da Casa Civil por Jair Bolsonaro.

Durante oitiva no dia 15 de julho, Cristiano Carvalho, também autointitulado representante da Davati Medical Supply, disse que Amilton de Paula teria usado o Instituto Força Brasil (IFB) – uma entidade de extrema direita – como “intermediária” para chegar ao alto escalão do Ministério da Saúde. Segundo Carvalho, o IFB “foi o braço que a Senah utilizou para chegar frente a frente com o coronel Elcio Franco”.

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O vice-presidente do instituto, o empresário Otávio Fakhoury, é investigado em dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal: sobre atos antidemocráticos e das fake news.

Após a fala de Carvalho, Randolfe Rodrigues, afirmou que a comissão havia encontrado a ligação “entre o papel das fake news no agravamento da pandemia e a atuação de alguns destes personagens no apoiamento ao governo”.

Assista ao depoimento ao vivo no Youtube do Brasil de Fato:

 

Confira os destaques da sessão pelo Twitter: