No Haiti, avançam as investigações e novos personagens são apontados como suspeitos no caso do assassinato do presidente Jovenel Moise, ocorrido em 7 de julho. De acordo com gravações difundidas pelo jornal The Washington Post, o crime foi planejado em uma reunião em Miami, Estados Unidos, com o nome "Novo amanhecer para o Haiti". A primeira versão da Polícia Nacional do Haiti apontava que o operativo teria sido planejado na República Dominicana.
O médico Christian Emmanuel Sanon, preso acusado de ser o autor intelectual do crime, reuniu-se com representantes de duas empresas estadunidenses, a Worldwide Investment Development Group e a CTU Security, que teriam sido contratas para enviar armas ao país caribenho e treinar os paramilitares colombianos que executaram Moise.
A Worldwide está registrada no nome do empresário equatoriano, Walter Veintimilla. A CTU Security é de propriedade do empresário venezuelano Antonio Intriago, que já prestou serviços ao opositor Juan Guaidó. Ambas empresas de segurança privada dos EUA teriam oferecido transporte e alojamento em Porto Príncipe aos mercenários, segundo investigações.
O chefe da Polícia Nacional do Haiti, Leon Charles declarou que Intriago viajou várias vezes de Miami (Estados Unidos) ao Haiti para assinar o contrato com os paramilitares.
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O Pentágono admitiu que alguns dos paramilitares colombianos que executaram o crime haviam sido treinados por militares estadunidenses.
De acordo com reportagem investigativa do The Washington Post, o contrato previa que a CTU Security pagaria US$ 208.454 e a Worlwide US$ 656.922 para efetuar a operação.
As duas empresas também seriam responsáveis por enviar militares estadunidenses ao Haiti até 72h depois que Sanon assumisse o poder. Cada soldado cobraria entre US$ 1500 e US$ 3000 por dia. O valor total da operação seria de US$ 83 bilhões (cerca de R$456 bilhões).
Versão da Colômbia
O diretor nacional da Polícia da Colômbia, Jorge Luis Vargas reiterou que, segundo investigações, a reunião de planejamento do crime aconteceu em Miami, Florida.
Porém a Polícia colombiana indica que o ex-funcionário do Ministério da Justiça do Haiti, Joseph Félix Badio, seria o verdadeiro autor intelectual do crime. Áudios interceptados indicam que o funcionário haitiano havia orientado dois ex-militares colombianos, Germán Rivera (preso no Haiti) e Duberney Capador (morto no Haiti) a assassinar Moise.
Ainda indicam que Rivera teria recebido pelo menos US$ 50 mil por transferências de Western Union diretamente de Miami. Os mercenários teriam se hospedado num hotel e mais tarde alugaram uma casa próxima à residência presidencial haitiana para seu treinamento.
Edição: Sarah Fernandes