ORGANIZAÇÃO DO POVO

Caem doações e aumenta a fome e o desespero entre moradores de rua e ocupações no PR

“Estamos construindo para sobreviver, pessoas ainda estão debaixo de lona”, diz sem teto que quer deixar rua na pandemia

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
Will Rosier aponta que a população local de 328 famílias sofre com a falta de material de construção para a moradia - Felipe Lino

O desemprego no país segue atingindo 14,3 milhões de cidadãos. Com isso, a população de ocupações urbanas recentes passa dificuldades, em meio à redução de doações.

Para o padre Redentorista Joaquim Parron, é sensível a queda nas ações de solidariedade desde o início da pandemia. “Aumentou a demanda e diminuíram as doações, que caíram 40% em junho desde abril”, afirma, a partir da experiência do SOS Curitiba, que recebe doações e atende ao menos sete comunidades na capital paranaense.

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Uma das áreas assistidas por Parron, em parceria com as irmãs Vicentinas e o Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD) é a ocupação Nova Guaporé 2, que abriga 101 famílias, no bairro Campo Comprido. A comunidade apresenta demanda de regularização das contas de água e luz, além de necessidade de saneamento básico.

Apoio para construção de moradias e cozinhas

Por sua vez, um dos coordenadores da comunidade Vila União, surgida em maio, no bairro Tatuquara, Will Rosier aponta que a população local de 328 famílias sofre com a falta de material de construção para a moradia. “Estamos construindo para sobreviver, pessoas ainda estão debaixo de lona, no meio da chuva e do frio”, afirma.

Outra necessidade vem da cozinha diária. A maior parte hoje das doações parte dos próprios moradores, que oferecem pacotes de feijão e arroz.

Também no Tatuquara, as ações de solidariedade no chamado Jardim Veneza, que abriga 341 famílias, diminuíram no decorrer do tempo. Agora, a coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), uma das organizações atuantes no local, iniciará uma cozinha comunitária, “mas ainda tem demanda de doações de alimentos para as marmitas, que serão fornecidas de segunda a sábado para os moradores”, informa Bárbara Górski Esteche, da coordenação do MTST no estado.

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Necessidade de organização popular

A coordenação da Comunidade Nova Esperança, localizada em Campo Magro, com cerca de 1200 famílias, organizada pelo Movimento Popular por Moradia (MPM) reforça que a característica da ocupação é estar organizada sob a bandeira de um movimento, com pauta e organização definidas, o que contribui para o contato com a sociedade civil e recebimento de doações.

Neste sentido, de acordo com Julian Pow, da coordenação do movimento, afirma que é necessário organização, envolvimento da comunidade e articulação entre as áreas de ocupação:

“A partir do momento em que há uma estrutura organizativa, o leque de solidariedade é mais amplo. Dou um destaque para isso. Então, que as ocupações se façam existir enquanto organização, enquanto lideranças comunitárias, com propostas concretas, bem nítidas, trazendo isso à tona o máximo possível, então a questão da visibilidade é bem importante para que isso aconteça. E que haja corrente de solidariedade entre as comunidades que existem, acho que deve haver esse diálogo entre espaços”.

Marmitas da Terra

A cozinha do MST no centro de Curitiba, que formou o coletivo chamado Marmitas da Terra, apoia todas as cozinhas das comunidades citadas nesta matéria, com marmitas às quartas ou alimentos frescos.

Contribua com as seguintes ações solidárias:

Cozinha Marmitas da Terra. Banco do Brasil / Agência: 4500-4 / Conta corrente: 108973-0/ PIX: [email protected]

 

SOS Curitiba. Redentoristas e apoiadores/ PIX 999632350

 

MTD e Cozinha comunitária da União de Moradores do Bolsão Formosa. Nubank 260 / Conta 324284-661 /Agência 0001 CPF 03655697988/ PIX: 41999343280

 

Vila União – Moradia e cozinha comuniária. Banco do Brasil / Agência 4638-8 / Conta 20202-9 / CPF 549619042-87 (Wil)

 

Cozinha MTST. Pix [email protected]

Fonte: BdF Paraná

Edição: Lucas Botelho