Na manhã desta sexta-feira (11), sindicatos, movimentos populares e parlamentares realizaram um ato de celebração aos 59 anos da Eletrobras e contra a privatização da estatal. A manifestação ocorreu de forma virtual e presencial em frente à sede da empresa no centro do Rio de Janeiro. Manifestantes respeitaram os protocolos de segurança usando máscaras e álcool em gel.
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Segundo Djalmar Francisco de Pinho, diretor da Associação dos Empregados da Eletrobras, além de reconhecer a importância da estatal ao longo de quase seis décadas, o ato também foi em solidariedade ao petroleiro Alessandro Trindade, diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), demitido por justa causa após uma ação de distribuição de alimentos do movimento “Petroleiros Solidários”, em Itaguaí (RJ).
“Além de parabenizar os trabalhadores da Eletrobras e fazermos um questionamento sobre a privatização da empresa, a partir da MP [Medida Provisória] que está no Senado para ser votada, também denunciamos a demissão do Alessandro Trindade por estar fazendo uma ação social no acampamento de entrega de alimentos para os moradores da ocupação em Itaguaí. Achamos arbitrário e decidimos fazer o ato em repúdio à demissão deste companheiro”, explicou Pinho, que também é diretor do Sindicato dos Administradores do Rio de Janeiro.
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Roberto Oliveira, da coordenação Nacional do Movimento Atingidos por Barragem (MAB) no Rio de Janeiro e membro da Plataforma Operária e Camponesa da Água e Energia, lembrou que os atos virtuais e presenciais foram simultâneos e reuniram participantes de todo o Brasil.
“No Rio, tivemos centenas de participantes, o ato foi puxado pela Plataforma Operária e Camponesa da Água e Energia. Estiveram presentes o Levante Popular da Juventude, MPA [Movimento dos Pequenos Agricultores], MAB, MTD [Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos], UJS [União Socialista da Juventude] e a UNE [União Nacional dos Estudantes], foi um ato amplo em defesa da empresa”, destacou.
Para Caroline Otavio, da coordenação do Levante Popular da Juventude e integrante da Plataforma Operária e Camponesa da Água e Energia, o ato virtual foi uma forma de aproximar ainda mais pessoas para a defesa da Eletrobras.
“A importância foi que no virtual aglutinamos as pessoas que não podem sair de casa por causa da pandemia, o espaço de denúncia paralela é importante para fortalecer a mobilização e a comunicação da nossa pauta pelas redes”, afirmou.
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A Medida Provisória (MP) 1031, que trata da privatização da Eletrobras, aguarda votação no Senado. Caso entre na pauta da Casa, os eletricitários prometem realizar uma paralisação de 72 horas em protesto ao encaminhamento.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Daniel Lamir e Eduardo Miranda