A disputa pela Presidência do Peru entre os candidatos Pedro Castillo (Peru Livre) e Keiko Fujimori (Força Popular) continua acirrada nesta segunda-feira (7). Com mais de 97% dos votos apurados, o professor e sindicalista de esquerda continua à frente da filha do ditador Alberto Fujimori (1990-2000).
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Até o momento, Castillo recebeu 50,22% dos votos válidos. Já Fujimori aparece com 40,77% dos votos válidos. Sendo assim, a decisão será no detalhe e cada voto importa para decidir os caminhos democráticos do Peru.
Porém, a situação de cada um dos candidatos é bem diferente em cada região. Na capital Lima, por exemplo, a candidata da Força Popular segue vencendo por 64,57% dos votos válidos, enquanto o candidato do Peru Livre apareceu com 35,42%.
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Em Cusco, a situação foi bem diferente: Castillo apareceu com 82,96% dos votos válidos e Fujimori teve apenas 17,03% dos votos válidos. Em Arequipa, os votos válidos para o candidato do Peru Livre foram 64,86%, enquanto para a candidata do Força Popular, foram 35,14%. Em Trujillo, em La Libertad, Fujimori teve 66,37% e Castillo teve 33,62%.
Em relação aos votos de peruanos que moram em outros países, é possível observar que aqueles que moram em países da América, votaram mais a favor do partido Força Popular. A candidata aparece com 62,79% dos votos válidos e o candidato do Peru Livre aparece com 37,20%.
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Os peruanos que moram no Brasil também votaram mais a favor de Fujimori. Ela aparece com 58,76%, enquanto Castillo aparece com 41,23%. Os peruanos que moram no continente africano também votaram mais por Fujimori. Ela teve 79,16% dos votos, e quanto Castillo teve apenas 20,83%.
Na Ásia, a candidata do Força Popular também está vencendo. Ela aparece com 79,82% dos votos e o candidato do Peru Livre aparece com 20,17%. Na Europa, Fujimori tem 61,602% e Castillo, 38,39%. Por fim, na Oceania, Fujimori tem 71,25% dos votos válidos e Castillo tem 28,74%.
O que está em jogo
Considerado um "azarão" pela mídia local, Castillo foi o mais votado no primeiro turno, chegou a abrir 20 pontos de vantagem, e hoje lidera em todas as pesquisas eleitorais com vantagem mínima.
Professor e sindicalista, ele tem como principais bandeiras a defesa da educação, o combate à pobreza e ao neoliberalismo.
A adversária é filha do ex-ditador Alberto Fujimori (1990-2000) e disputa a Presidência pela terceira vez. Se na campanha de 2016 a estratégia foi "suavizar" sua imagem, apresentando-se como democrata e moderada, desta vez Keiko apela descaradamente ao fujimorismo.
Integrantes do partido Peru Livre acusam a mídia local e os apoiadores de Fujimori de praticar terruqueo, termo que em português pode ser entendido como criminalização, ou falsas acusações de terrorismo.
O medo é um dos pilares da campanha de Fujimori, que alerta para uma "ameaça democrática", que seria representada por Castillo, e para possíveis consequências econômicas de uma vitória do adversário, comparando-o a Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, alvo de sanções econômicas dos EUA.
Edição: Vivian Virissimo