brutalidade

México se aproxima das eleições em meio a crescente violência contra candidatos

Desaparição e assassinatos, ataques e conflitos armados em comícios têm marcado reta final da campanha

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Uma caminhonete foi incendiada e duas pessoas ficaram feridas durante um confronto entre integrantes do PRI e do Morena nesse final de semana - La Jornada

O México se prepara para realizar eleições no próximo domingo (06) em um contexto de intensa violência contra candidatos e lideranças políticas. Na eleição considerada a mais violenta da história recente do país, a campanha será encerrada nesta quarta (03) contabilizando – até o momento – 89 assassinatos de políticos desde setembro do ano passado, dos quais 34 eram candidatos no atual pleito.

Além disso, também foram vítimas fatais de conflitos políticos 10 colaboradores de campanha, 35 familiares de políticos e 99 funcionários públicos sem militância partidária, segundo os dados recolhidos pela consultoria Etellekt.

Segundo o levantamento da empresa, nesse período, cerca de 565 pessoas foram alvos de algum crime político. Além dos assassinatos, foram registrados sequestros, ataques contra familiares, intimidação e abusos, incluindo abusos sexuais. O último relatório da consulta apresentado à imprensa indica que 35% das vítimas eram mulheres. As principais vítimas do conflito são os candidatos e candidatas que concorre às prefeituras do país, que correspondem a 75% do total.

Noa dia 25 de maio, a candidata Alma Rosa Barragán Santiago, que concorria à prefeitura do município de Moroleón, no estado de Guanajuato, foi assassinada a tiros durante um comício. Ela é a terceira vítima fatal dos ataques ocorridos nesse estado durante a campanha eleitoral.

Outro levantamento, dessa vez realizado pelo jornal mexicano La Jornada, a partir de correspondentes locais, aponta que pelo menos 7 ataques ocorreram em diferentes municípios do país nos últimos dias, a menos de sete dias do pleito.

No estado de Tabasco, pelo menos duas pessoas foram baleadas e uma caminhonete foi incendiada em um confronto no município de Jonuta entre apoiadores dos partidos de centro-esquerda PRD e Morena; enquanto em Juchitepec, no estado do México, um homem foi baleado e ferido em uma briga entre partidários do PRI, de centro-direita, e do Partido Verde Ecologista de México (PVEM).

No município de Acajete, no estado de Puebla, o candidato a prefeito pelo PVEM foi sequestrado no sábado (29) pela manhã e liberado nesta terça (02), ainda segundo o La jornada.

Nas eleições de 6 de junho, os mexicanos irão às urnas para eleger 500 membros da Câmara de Deputados, 15 dos 32 governadores estaduais e prefeitos em 1.900 municípios. O pleito é considerado o maior da história do país.

Edição: Luiza Mançano