O recrudescimento da repressão marcou os protestos da última sexta-feira (28), no marco de um mês desde o início da greve geral na Colômbia. Segundo a agência Colombia Informa, somente em Bogotá, capital do país, pelo menos 80 pessoas ficaram feridas, sendo 12 com lesões oculares. Novas mobilizações estão previstas para este sábado (29) [veja no Tweetdeck abaixo].
Entenda o contexto: Colômbia completa 1 mês de paralisação nacional com 60 mortos e 120 desaparecidos
Em Cali, onde 4 pessoas morreram nos protestos desta sexta, o presidente Iván Duque anunciou o envio de mais sete mil soldados para reprimir a mobilização popular. Também na sexta, Duque assinou um decreto que ordena intervenção militar em oito estados colombianos (Cauca, Valle del Cauca, Nariño, Huila, Norte de Santander, Putumayo, Caquetá e Risaralda).
Cidades específicas dos estados de Huila, Cundinamarca e Santander também terão intervenção. O decreto atende a um pedido formal do partido do presidente, o Centro Democrático, cujo principal nome é do ex-presidente e padrinho político de Duque, Álvaro Uribe.
Novos protestos neste sábado (29)
Novas manifestações estão previstas para este final de semana em diversos pontos do país. A greve geral contra o governo neoliberal de Iván Duque iniciou em 28 de abril e continua, mesmo depois de derrotar dois projetos de reforma e gerar pressão para a renúncia de dois ministros.
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Além dos protestos nas cidades, manifestantes também mantêm bloqueios em rodovias, exigem a suspensão da agenda de reformas neoliberais e pedem a saída do presidente.
Segundo o Instituto de Desenvolvimento da Paz (Indepaz), pelo menos 60 mortes foram registradas em decorrência dos conflitos das forças policiais com manifestantes, sendo 43 causadas pela polícia. Outras 120 pessoas estão desaparecidas.
Edição: Rodrigo Chagas