Nesta terça-feira (25), uma missão internacional de solidariedade e direitos humanos, com 21 membros, chegou a Bogotá para verificar as denúncias de violência policial.
No dia 14 de maio, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) solicitou entrada no país para acompanhar os atos, no entanto o pedido foi negado pelo governo colombiano.
O grupo estará no país até a próxima quarta-feira (2) visitando as principais cidades colombianas e acompanhando as convocações de manifestações com o objetivo de elaborar um relatório para a CIDH.
A paralisação nacional na Colômbia já dura quase um mês, com mais de 2,9 mil denúncias de repressão, incluindo 43 homicídios e 120 manifestantes que permanecem desaparecidos, segundo levantamento de organizações não governamentais.
De acordo com denúncias coletadas pela Comissão Intereclesial de Justiça e Paz, o Centro Administrativo Municipal da cidade de Cali foi usado para "operações encobertas". Segundo relatos, manifestantes foram detidos no porão da unidade e depois transladados em carros não oficiais.
O relatório denuncia a existência de casas para esquartizar corpos e fossas comuns para enterrar pessoas ilegalmente detidas nos atos no estado de Valle del Cauca.
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A gestão do ministro de Defesa, Diego Molano será avaliada pelo Congresso, depois que a bancada de oposição protocolou duas moções de censura, que poderiam implicar na sua destituição do cargo.
"Diego Molano é um dos maiores responsáveis políticos da cadeia sistemática de lesa humanidade perpetrada pela Força Pública na Colômbia", defendeu o senador do Polo Democrático, Iván Cepeda, durante sessão do Congresso.
Os movimentos sociais também exigem que Molano se retrate publicamente pela repressão contra civis.
O governo possui maioria do Legislativo, no entanto se os congressistas colombianos concluírem que Molano é responsável pelos casos de violência contra civis, ele poderá ser o terceiro ministro a cair desde o início das manifestações.
Rodada de diálogo
Também nesta terça-feira acontece uma nova rodada de diálogo entre representantes do governo Duque e do Comitê Nacional de Paralisação, que reúne os maiores movimentos sociais e centrais sindicais do país.
Na última segunda-feira, a comissão de paz elaborou uma primeira proposta de documento com pré-acordos para o diálogo. Para representantes do comitê, o governo tenta aumentar os tempos da negociação pra desgastar os grevistas.
Depois de vencer os projetos de refoma tributária e de saúde, a principal reivindicação popular é a retirada do Esquadrão Móvil Antidistúrbios (Esmad) - espécie de BOPE colombiano - das ruas, assim como a desmilitarização das cidades que são foco de resistência.
Os manifestantes exigem também que o Ministério Público crie uma unidade autônoma para investigar as denúncias de brutalidade policial e que trabalhe com organismos multilaterais independentes.
Edição: Rebeca Cavalcante