no limite

Ato "Fora Bolsonaro" marca volta às ruas dos movimentos populares na Paraíba

Em João Pessoa, a intervenção chamou atenção para as pautas de trabalho, comida e vacina

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |
Em momento de pandemia, as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e movimentos sociais e populares se organizaram de forma presencial para encampar a luta pelo "Fora Bolsonaro", por vacinas, comida e renda para as brasileiras e brasileiros. - Will Carlos - Sindiágua-PB

Um dia para ficar marcado na história de lutas da Paraíba e do Brasil. Pessoas se arriscam em meio a uma pandemia para lutar por suas vidas, pelo direito de viver, e para dizerem um basta à irresponsabilidade governamental de Bolsonaro e seus apoiadores.

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Foi com essa energia que mulheres, homens, LGBT'S ocuparam as ruas para dizer Fora Bolsonaro e reivindicar vacinas, auxílio de, no mínimo, R$ 600 reais até o fim da pandemia, e exigir um fim à epidemia de fome e pobreza que assola o país. Por isso, vacina no braço e comida no prato foi um dos lemas levados pelos manifestantes.

Em João Pessoa, o ato foi organizado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo junto a diversos movimentos sociais e populares. A Frente Brasil Popular se concentrou no Liceu e desceu ao encontrou dos manifestantes que estavam na Lagoa. Por volta de 10 horas, os integrantes da FBP chegaram na Lagoa mandando o recado político: Comida, Vacina e Trabalho. Cada estandarte era uma fileira de pessoas que gritavam. Nas mãos de alguns, panelas vazias, nas de outras/outros, carteira de trabalho e seringas representando a esperança de vacina para todos. 


Marcha organizada pela Frente Brasil Popular parte do ponto de concentração em frente ao Lyceu Paraibano / Ricardo Lucena


A marcha contou com batucada e foi organizada em fileiras sob os estandartes de Comida, Vacina e Emprego / Abraão Moura - Levante Popular da Juventude



Representação teatral durante a marcha / Felipe Augusto


Manifestantes marcham em fileiras do Lyceu Paraibano até a Lagoa / Will Carlos - Sindiágua-PB

Durante a caminhada do Liceu até a Lagoa, uma comissão de biossegurança distribuiu álcool em gel e máscaras PFF2 para as/os participantes. A agenda de denúncias contra o governo Bolsonaro também incluiu protestos contra o desemprego, cortes de verbas na educação, privatizações – especialmente as da Eletrobrás e Correios – e a “reforma” administrativa.


Cartazes representando carteiras de trabalho denunciavam a retirada de direitos trabalhistas e o desemprego / Felipe Augusto


"Fora Bolsonaro" e "vacina para todos e todas já" foram palavras de ordem do ato / Will Carlos - Sindiágua-PB

À frente de tudo isso, a razão que justifica a luta de trabalhadoras e trabalhadores por reforma agrária: o alimento agroecológico produzido pelo Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nos assentamentos da região do litoral.

Os carros com alimentos abriram o caminho, mostrando que a solidariedade está sendo a mola mestra da resistência da classe trabalhadora. Esses alimentos foram doados para pessoas em situação de pobreza do bairro São José.

Desde o início da pandemia, mais de 50 toneladas de alimentos vindos do MST e da Comissão Pastoral da Terra tiveram esse mesmo propósito: matar a fome de quem precisa.


Carros com alimentos a serem doados no Bairro São José abrem a marcha / Will Carlos - Sindiágua-PB


Manifestantes chegam à lagoa em fileiras sob o ritmo da batucada do Levante Popular da Juventude e da Marcha Mundial de Mulheres / Abraão Moura - Levante Popular da Juventude

O ato político-cultural que aconteceu na Lagoa, perto dos pontos de ônibus, marcou a luta do jeito que as brasileiras e brasileiros são na resistência de produzir arte e cultura. As apresentações ficaram por conta de Diego Nascimento - Poesia; Suzy Lopes; Yasmin Formiga; Quei Souto; Vitória Ohara; Nica Bezerra; Aniely; Batucada do Levante Popular da Juventude; Batucada da Marcha Mundial das Mulheres; Marquinhos e Titá Moura. Tudo realizado a partir da doação do trabalho e tempo das e dos artistas envolvidos.


Ato público na Lagoa pelo Fora Bolsonaro / Will Carlos - Sindiágua-PB


Ato político-cultural na Lagoa / Will Carlos - Sindiágua-PB


Representação: Falcão, da banda Seu Pereira e Coletivo 401, borrifando álcool 70% em Bolsonaro / Rafaela Prado

O Fora Bolsonaro deu o tom à voz engasgada dos manifestantes que denunciam as mais de 457 mil mortes por Covid-19 no Brasil, enquanto o presidente chama a população, que está tão sofrida, para participar de passeios de moto, revelando o tom de desdém com as pandemias de coronavírus e de fome e desemprego por que passa o país.

 Em Campina Grande, a concentração ocorreu na Praça da Bandeira às 9h30 e em Patos, em frente aos Correios a partir das 8h.

Fonte: BdF Paraíba

Edição: Heloisa de Sousa