REPRESSÃO

29M: Polícia Militar reprime com bombas ato pacífico contra Bolsonaro no Recife (PE)

Governo do Estado de Pernambuco não autorizou a ação policial e abriu apuração sobre o caso

Recife |
Ato no Recife foi reprimido pela Polícia Militar de Pernambuco - AgênciaJCMazella

O Batalhão de Choque da Polícia Militar de Pernambuco reprimiu com bombas e spray de pimenta o ato das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, na manhã deste sábado(29), no Recife (PE).

Os policiais dispararam balas de borracha contra os manifestantes nas proximidades da ponte Duarte Coelho, na área central da cidade, no momento em que a mobilização se encaminhava para o final.

Confira pelo país: 29M: Acompanhe em tempo real as manifestações deste sábado pelo "Fora Bolsonaro"

O ato seguia de forma pacífica, cumprindo as recomendações de segurança com uso de máscaras e distanciamento, pela Avenida Conde da Boa Vista, principal corredor do Centro da capital pernambucana, quando foi interrompido pelos policiais, no trecho entre a Rua da Aurora e Avenida Conde da Boa Vista.


 

“Isso é um absurdo. Nós estamos aqui protestando contra o Governo Bolsonaro, cobrando vacina e auxílio emergencial e somos recebidos dessa forma pela Polícia Militar. Não podemos admitir isso”, disse a vereadora Dani Portela (Psol), que estava presente no ato.

Parlamentares, líderes sindicais e dos movimentos populares presentes no ato tentaram dialogar com o comando da equipe do Batalhão de Choque e com o Governador do Estado, Paulo Câmara, por telefone, mas não foram recebidos e atendidos para iniciar uma negociação.

Agressão contra parlamentar

Um vídeo que circula na internet mostra a vereadora Liana Cirne (PT) sendo atingida por um spray após se aproximar de uma viatura da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE). 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Reações contrárias

No momento da repressão, o dirigente estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de Pernambuco, Paulo Mansan, fez críticas ao Governo do Estado de Pernambuco.  

"É inadmissível o que o governo [de Pernambuco] fez. Usar da força desproporcional contra um ato pacifico, que estava respeitando todas as normas. Não podemos aceitar ser recebidos dessa forma pela polícia", Paulo Mansan, da Coordenação do MST.

A vereadora Dani Portela seguiu a mesma linha. Ela destacou que a mobilização popular cumpria o distanciamento social e cobrava vacinação a segurança alimentar. 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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O vereador Ivan Moraes (Psol) destacou que os atos estavam sendo concluídos e sem nenhum registro de problemas até o momento da abordagem policial. 


Posição do Governo de Pernambuco

O governador Paulo Câmara (PSB) publicou vídeo no Instagram às 15h55 afirmando ter determinado a apuração de responsabilidades por parte da Polícia Militar de Pernambuco diante do caso. Anteriormente, a vice-governadora, Luciana Santos (PCdoB) tinha informado que Paulo Câmara não autorizou a repressão.  

"A Corregedoria da Secretaria de Defesa Social já instaurou procedimento para investigar os fatos. O oficial comandante da operação, além dos envolvidos na agressão à vereadora Liana Cirne, permanecerão afastados de suas funções enquanto durar a investigação", informou.
 

 

Ministério Público

Na véspera da mobilização, a 34ª Promotora de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital, com atribuição na Promoção e Defesa da Saúde do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), expediu uma recomendação orientando a não realização de eventos presenciais que possam promover aglomerações.

O documento do MPPE se baseou nas novas medidas de restrições adotadas pelo Governo do Estado por causa do aumento de casos de Coronavírus em Pernambuco. 

Polícia Militar de Pernambuco

A Polícia Militar informou que não vai se pronunciar sobre os fatos e informou que "o governador Paulo Câmara já fez o pronunciamento".

Edição: Daniel Lamir