Centrais sindicais e movimentos populares protestam nesta quarta-feira (26), às 10h30, em frente ao Congresso Nacional, em Brasília (DF), contra a omissão do governo federal diante da crise sanitária.
Além de recusar ofertas por vacinas, desestimular a imunização e fazer propaganda de medicamentos sem eficácia, os movimentos afirmam que o auxílio emergencial assinado por Jair Bolsonaro (sem partido) é insuficiente e agrava a fome no país.
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Mais de 450 mil brasileiros morreram em decorrência do novo coronavírus. Segundo os organizadores dos atos desta semana, a maior parte dos óbitos seria evitável com respeito às recomendações científicas e com esforço do governo federal para aquisição de vacinas.
Até o momento, cerca de 10% da população do país está imunizada com duas doses.
Detalhes
O cartaz de divulgação informa que a atividade foi convocada por nove centrais sindicais, pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo.
Conforme texto divulgado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), o ato é "em defesa do auxílio emergencial de R$ 600, contra a fome e a carestia, por vacina no braço e comida no prato."
O ato será transmitido ao vivo via redes sociais e YouTube dos organizadores, além de TVs comunitárias. Quem não estiver na capital e quiser se somar à manifestação é convidado a usar a hashtag #600ContraFome.
Embora o ato seja presencial, a convocatória ressalta a necessidade de evitar aglomeração e de seguir todos os protocolos sanitários para evitar contágio e propagação do coronavírus.
Em vídeo, o presidente da CUT, Sérgio Nobre, reforçou a convocatória para o ato:
Durante o protesto, parlamentares, presidentes das centrais sindicais e lideranças dos movimentos populares falarão do alto de um caminhão de som voltado ao prédio do Congresso Nacional
Os sindicalistas solicitaram audiência com Arthur Lira (Progresisstas-AL) e Rodrigo Pacheco (Democratas-MG), presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente. A ideia é entregar a eles a Agenda Legislativa das Centrais Sindicais para a Classe Trabalhadora, documento que contém o posicionamento do movimento sindical sobre 23 projetos em tramitação no Congresso.
Entre os projetos analisados estão a reforma administrativa e as privatizações de estatais.
Ao final do ato, serão doados alimentos, cultivados sem agrotóxicos, pela agricultura familiar e por camponeses que integram o MST, a catadores de material reciclável.
Os movimentos propõem fazer um mosaico com 600 cestas, contendo 16 itens colhidos na véspera do ato e transportados em quatro caminhões até a frente do Congresso Nacional.
Os catadores que receberão as cestas trabalham na Central das Cooperativas de Materiais Recicláveis do DF (Centcoop) e foram atingidos diretamente pela redução do auxílio emergencial.
Em 2020, o benefício era de R$ 600, chegando a 1,2 mil para mães chefes de família com filhos menores de 18 anos. Neste ano, mesmo com o agravamento da pandemia, o valor máximo é R$ 375. O número de beneficiários caiu de 68 milhões para 38,6 milhões, deixando quase 30 milhões de brasileiros em situação de insegurança alimentar.
Edição: Rebeca Cavalcante