COOPERAÇÃO

Venezuela produzirá vacina cubana Abdala contra a covid-19

Governos dos dois países acordaram produção de imunizante, que será destinado a banco de vacinas da Alba-TCP

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |

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Vice-presidenta venezuelana Delcy Rodríguez e uma delegação de especialistas cubanos inspecionam o laboratório que irá produzir a vacina cubana Abdala - Mincyt

A vice-presidenta executiva da Venezuela, Delcy Rodríguez, anunciou na última quinta-feira (8), que seu país irá produzir a vacina cubana Abdala contra a covid-19. "Essa será a vacina da Alba", assegurou Delcy, reiterando o compromisso, anunciado em dezembro do ano passado, pelos governos cubano e venezuelano de criar um banco de vacinas da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba-TCP).

Rodríguez e uma comissão de médicos e cientistas cubanos supervisionaram os laboratírios Epromed Bio, em Caracas, para certificar que está acondicionado para produzir o imunizante.

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A biomedicina cubana desenvolve cinco imunizantes contra o novo coronavírus: Soberana 01, Soberana 01A, Mambisa, Abdala e Soberana 02. As duas últimas estão em fase final de testes, a expectativa é começar a produção em larga escala em maio deste ano. 

Nas etapas anteriores, cerca de 44 mil voluntários receberam doses de diferentes fórmulas. O presidente do país caribenho, Miguel Díaz-Canel, promete vacinar toda a população até o final do ano, assim como os turistas que visitarem a ilha. O avanço das provas clínicas gera expectativa num momento em que o país atravessa um novo boom de contágios.

Desde janeiro, o país registra uma média semanal de 5 mil contaminados, segundo autoridades sanitárias, com a disseminação das novas cepas identificadas na África do Sul e nos Estados Unidos. 

Atualmente, existem 5063 casos ativos, sendo que 77 estão em estado grave, e 443 faleceram. Por outro lado, 77.953 pacientes já se recuperaram da doença, de acordo com o Ministério de Saúde Pública de Cuba.

Diante do cenário, o governo cubano voltou a adotar lockdown em Havana e impedir a circulação entre uma província e outra.

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Já a Venezuela vive o pior momento desde o início da pandemia. Os contágios da variante P1 se dispersam de maneira acelerada, e o país já acumula três semanas de quarentena radical em todo o território.

Nas últimas 24h, foram registrados 1.184 casos e 15 mortos, acumulando um total de 171.373 contaminados e 1720 falecidos pela covid-19, segundo dados oficiais.

O governo iniciou a vacinação em grupos prioritários: militares, profissionais da saúde, professores, políticos e idosos, com 650 mil doses das fórmulas Sputnik V e Sinopharm. Até o momento, 99 mil venezuelanos foram imunizados.

O governo contratou 10 milhões de doses da fórmula russa, espera receber o primeiro carregamento do consórcio Covax em julho, e oferece intercâmbio de petróleo por vacinas para adquirir o medicamento de outros fornecedores. 

Edição: Vinícius Segalla