O Brasil registrou nesta quinta-feira (8), pelo segundo dia na semana, mais de 4 mil mortos por covid-19 notificados em um período de 24 horas. Mais que isso, hoje também foi superado o recorde até então. Foram mais 4.249 vítimas, segundo boletim do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, o Conass.
Com a atualização, o país soma 345.024 mortos desde o início da pandemia, em março de 2020. Isso, sem considerar a ampla subnotificação, denunciada por cientistas e reconhecida por autoridades, já que a capacidade de testes do país é pequena. Somam-se a isso, as mortes de pessoas sem atendimento médico, já que os sistemas de saúde de 19 estados encontram-se em colapso por falta de leitos.
Em relação ao número de novos casos, o dia foi de um acréscimo acima da média. Foram registrados 86.652 novos infectados, número superior à média móvel calculada em sete dias, que está em 62.859. A quantidade elevada de novos doentes evidencia que a pandemia segue sem controle. Ao contrário, vem se agravando dia após dia.
Indicadores
Desde o início de março passado o Brasil foi declarado epicentro da covid-19 no mundo, superando os Estados Unidos em número diário de mortes e infectados.
Desde o início do ano, medidas de isolamento social e aplicação de vacinas vêm reduzindo casos em todo o mundo. No entanto, o Brasil é exceção.
Em números absolutos, apenas os norte-americanos superam o Brasil, que ocupa a segunda posição em mortes e, nesta semana, superou a Índia em número de casos, assumindo também a segunda posição neste quesito.
O país asiático tem registro de 13.057.863 casos e 167.694 mortes.
A Índia também supera o Brasil em outro indicador; o número de vacinados. Já são mais de 90 milhões de indianos que receberam ao menos uma dose de vacina.
Por aqui, são 22,8 milhões de brasileiros, cerca de apenas 10% da população. Já os Estados Unidos, com uma política agressiva de vacinação adotada pelo atual presidente, Joe Biden, já vacinou 168.592.075 pessoas.
Europa
Outro país com boa reação contra a covid-19 a partir da vacinação e de isolamento social intenso (lockdown) é a Inglaterra. Estudo divulgado nesta semana pelo Imperial College de Londres revela que, desde o início de um grande programa de vacinação, o número de infectados no país caiu em 60%. Com a reabertura das escolas em fevereiro, mantida restrições rígidas contra aglomerações, hoje as crianças são o grupo que representa a maioria dos infectados. Com isso, a mortalidade está em ritmo de intensa desaceleração.
O Reino Unido já vacinou com uma dose cerca de 50% da população. No dia 8 de fevereiro, o conjunto de países registrou seu pico de casos diários, com 68 mil infectados. Hoje, foram 2.762 e a curva segue em ritmo de queda. Isso, sendo que através de um sistema público de saúde potente, o Reino Unido ostenta uma grande capacidade de testagem, com rastreio de casos e grande poder e variedade de análise estatística para traçar com precisão a realidade do surto. No dia recorde de mortes, foram 1.820, no dia 20 de janeiro; hoje, foram 45.
Parâmetros
A RBA utiliza informações fornecidas pelas secretarias estaduais, por meio do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Eventualmente, elas podem divergir do informado pelo consórcio da imprensa comercial. Isso em função do horário em que os dados são repassados pelos estados aos veículos. As divergências, para mais ou para menos, são sempre ajustadas após a atualização dos dados.