A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou um boletim na última terça-feira (23) que recomenda a adoção de medidas rígidas de bloqueio no Brasil, como o lockdown, para conter o avanço da covid-19.
A instrução da fundação é que as restrições se estendam no país por 14 dias, de forma a reduzir cerca de 40% da transmissão do vírus.
O documento destaca o agravamento do cenário nacional, que apresenta valores altos de casos e óbitos diários por covid-19, assim como as altas taxas de ocupação de leitos de UTI no Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o Brasil.
Entre a última segunda (22) e terça-feira (23), o país bateu um novo recorde de mortes diárias em decorrência da covid-19: foram registrados 3.251 novos óbitos, número que supera todos os recordes anteriores. Os dados constam no novo balanço do Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass).
Para conter a crise sanitária e o colapso do sistema de saúde, a Fiocruz recomenda medidas de bloqueio ou lockdown, o que envolve a proibição de eventos presenciais como shows, congressos, atividades religiosas e esportivas, assim como a suspensão das atividades presenciais de todos os níveis da educação do país.
A fundação cita ainda toque de recolher nacional a partir das 20h até as 6h da manhã, todos os dias; fechamento de praias e bares; adoção de trabalho remoto sempre que possível, tanto no setor público, quanto no privado; fechamento dos aeroportos e do transporte interestadual; medidas para redução da superlotação nos transportes públicos e ampliação de testagem e monitoramento dos testados.
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A Fiocruz também alerta para a importância do uso obrigatório de máscaras. A meta, segundo a entidade, é que pelo menos 80% ou mais da população as utilize de modo adequado.