Feminicídio

Em 2020, 47 mulheres foram vítimas de feminicídio no Ceará

Os dados são do relatório “A dor e a luta: números do feminicídio”, divulgado na quinta-feira (4)

Brasil de Fato | Juazeiro do Norte (CE) |
A Lei Maria da Penha determina a criação de serviços de atendimento às mulheres vítimas de violência. - Foto: Ricardo Giusti

A Rede de Observatórios da Segurança, coletivo formado por pesquisadores de cinco estados (Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de janeiro e São Paulo), publicou na quinta-feira, dia 4 de março, um relatório intitulado “A dor e a luta: números do feminicídio”. Segundo o relatório, no Ceará, houve 47 feminicídios em 2020, cerca de quatro crimes por mês.

Em boletim também lançado pela Rede de Observatórios em 2020, dados mostram que, em um ano de baixa de homicídios como foi em 2019, o número de feminicídios seguiu em alta no estado. Em 2019, o Ceará foi o 2º estado do Nordeste com o maior número de feminicídio. Além das mortes, a violência doméstica também aumentou, principalmente na pandemia. 

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Feminicídio no interior do estado 

Assim aconteceu com Cícera Samires dos Santos Souza, assassinada em novembro de 2020 no município de Milagres, no interior do Ceará. O autor do crime foi seu ex-companheiro, Hélio Adelino da Silva, de 33 anos. A vítima já tinha um mandado de medida protetiva expedido contra o assassino que, antes de consumar o crime, foi até sua casa e rasgou todas as suas roupas.

“A Justiça não expediu a medida protetiva a tempo de evitar que Cícera fosse assassinada por aquele em quem ela um dia confiou. Ninguém a protegeu”, aponta a pesquisadora Ana Letícia Lins, em artigo publicado para o relatório.

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Os dados do levantamento foram compilados após monitoramento de 1.823 casos de feminicídio, analisados a partir de conteúdo noticioso produzido por mídias dos estados em que a pesquisa atua.

Pandemia e violência doméstica

De março a abril de 2020, o número de feminicídio aumentou 22%, em relação a 2019, de acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSF).

Em Juazeiro do Norte, no sul do estado do Ceará, a Patrulha Maria da Penha é uma iniciativa para proteger os direitos das mulheres. Ela funciona como um policiamento comunitário, dando suporte a mulheres que são monitoradas pelo patrulhamento policial, feito pela Guarda Civil Municipal da cidade, através do telefone 153, que funciona como central de atendimento às vítimas.

De acordo com a Inspetora Chefe da Patrulha, Rosimeire Cabral, a assistência do patrulhamento tem sido fundamental para garantir a proteção à vida das mulheres no município.

“Nós sabemos que há diversas maneiras que as mulheres sofrem debaixo de um teto por um homem. Nós aconselhamos que essas mulheres, vítimas de agressão, assim que possível, procurem as delegacias da mulher, façam as denúncias para que não ocorra algo pior com o tempo” realça a inspetora.

 

Serviço

Delegacia de Defesa da Mulher Fortaleza (DDM)
Telefone: (85) 3108-2950 (24h)

Central de Atendimento da Patrulha Maria da Penha em Juazeiro do Norte
Telefone:
153

Delegacia de Defesa da Mulher Juazeiro do Norte
Telefone:
(88) 3102-1102

Fonte: BdF Ceará

Edição: Francisco Barbosa