Luto

Joaquin Piñero: MST perde um incansável companheiro de luta pela classe trabalhadora

Valquimar Reis, mais conhecido como Joaquin Piñero ou Kima, dedicou mais de vinte anos à militância

Brasil de Fato | Belém (PA) |

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Nos anos 90, Kima foi preso político em uma ação de propaganda contra medidas neoliberais do governo tucano no estado de São Paulo - Arquivo/MST

Após seis meses de luta contra o câncer, o dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Rio de Janeiro, Valquimar Reis, 51 anos, faleceu nesta quinta-feira (11). Reis, mais conhecido como Joaquin Piñero ou Kima, deixa a companheira Karla e duas filhas, Anahí e Yara, além de um legado de luta pela classe trabalhadora.

Toda a equipe do jornal Brasil de Fato se solidariza com familiares e companheiros de luta pela perda de Joaquin, que também atuava na coordenação do jornal no Rio de Janeiro (RJ).


Joaquín com a companheira Karla e as duas filhas do casal, Anahí e Yara / Arquivo pessoal

Em nota, o MST se despediu e homenageou o companheiro "violeiro, poeta, sempre nos encantou com sua moda enluarada, e era um apaixonado pelo samba". "A alegria, o companheirismo, o amor com a família e compromisso com a luta são algumas características de Joaquin. Sempre muito querido por todos ao seu redor. Foi um militante dedicado, movido por grandes sentimentos de amor, como nos legou Che Guevara. A família Sem Terra perde um dos seus membros valorosos e reafirmamos o compromisso de nos mantermos na luta pela emancipação da classe trabalhadora".

Valquimar Reis nasceu em Rondônia, mas a militância tornou-se parte da sua vida em São Paulo. Foram mais de 20 anos dedicados à luta por uma sociedade mais justa para a classe trabalhadora. Nos últimos tempos, Kima era assentado da Reforma Agrária no Assentamento Irmã Dorothy, em Quatis, no interior do Rio de Janeiro. 

Durante toda sua trajetória, Piñero lutou pela terra e pela Reforma Agrária Popular. A dedicação era tanta que sua atuação ultrapassou fronteiras, participando de missões internacionalistas no MST e sendo representante na Articulação dos Movimentos Populares (ALBA).

Preso político

Nos anos 90, Kima foi preso político em uma ação de propaganda contra medidas neoliberais do governo tucano no estado de São Paulo. Ficou mais de um ano na cadeia, junto a outros companheiros do MST. Mas, sua luta não foi aprisionada. Na cadeia, organizou um cursinho supletivo e passou a ser conhecido pelos detentos como “Professor!”.

Nos últimos anos, sua luta foi no estado do Rio de Janeiro. Estudou Serviço Social na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) por meio de uma turma especial do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera). Kima deixa duas filhas e uma companheira.

Edição: Rebeca Cavalcante