O Movimento dos Entregadores Unidos (MEU) irá realizar um protesto nesta quarta-feira (10), a partir das 9h30, na cidade de João Pessoa (PB). Dentre as pautas de reivindicação estão o aumento das taxas de entrega, bloqueios indevidos de aplicativos e a garantia de pontos de apoio aos motoboys.
“A gente não tem condições com o valor de entrega baixo", conta Lima*, um dos representantes do movimento. O motoboy explica que a ideia do MEU é mostrar força, sem a presença ou apoio de políticos e sindicatos.
“Existe um Sindicato dos Motoboys de João Pessoa que atua desde 2005, mas nunca fez nada pela gente, nunca teve sequer uma eleição”, relata.
Empresas de entregas de João Pessoa, como a Central Motos e Cooperativa de Motoboys, apoiam a paralisação e colaboraram com faixas e panfletos. Um carro de som também está previsto para circular durante a manifestação. Na cidade, cerca de 150 entregadores fazem parte do MEU.
Nova lei no estado
No dia 27 de fevereiro, foi aprovada uma lei estadual, de autoria da deputada Cida Ramos (PSB), que visa garantir aos entregadores de aplicativos segurança e condições adequadas de trabalho.
Pela nova lei, que ainda aguarda sanção do governador João Azevedo (Cidadania), as empresas devem fornecer - sem custo para os trabalhadores - capacetes, mochilas térmicas, vestimenta, kit higiene e máscaras. A lei também busca coibir o aplicativo de bloquear ou desativar o entregador sem permitir a defesa dos profissionais.
Aumento dos combustíveis
Na visão dos motoboys, a alta dos preços de combustível prejudica a categoria. “A gente antes abastecia com R$ 50,00 e passava de dois a três dias. Então, passamos a abastecer com R$ 70,00 e novamente aumentou o combustível, o preço do óleo, do pneu, manutenção geral da moto, alimentação e o custo de manter a nossa casa. Só que a taxa de entrega não acompanhou”, conta Lima.
Para o entregador, o momento pede a união das categorias, como motoboys, caminhoneiros e motoristas de aplicativo. Após a paralisação desta quarta-feira (10), o movimento planeja novas ações.
"Em breve, planejamos abastecer nos postos apenas 0,50 centavos para pressionar os donos de posto de combustível. Eles vão ter um custo maior e vão reivindicar preço baixo junto às refinarias. Será briga de gente grande porque o dono do posto recebe caro e passa mais caro para o consumidor”, completa.
*Lima é nome fictício por medo de boicote do aplicativo
Fonte: BdF Paraíba
Edição: Heloisa de Sousa e Poliana Dallabrida