PRESIDÊNCIA

Conselho Eleitoral do Equador recusa pedido de auditoria no sistema de apuração

Solicitação foi feita pela Procuradoria Geral e vem após dias de indefinição dos candidatos confirmados no 2º turno

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A campanha para o segundo turno está programada para começar em 16 de março - Foto: CNE

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador recusou, na terça-feira (23), um pedido feito pela Procuradoria do país para que o órgão realizasse um auditoria no sistema de apuração eleitoral.

O pedido e a recusa vêm após o Equador passar por eleições gerais que viveram dias de indefinição na escolha presidencial. Os candidatos do segundo turno só foram conhecidos na última sexta-feira (19).

"Com fundamento em critérios técnicos e jurídicos, a direção do CNE nega a solicitação [...] feita por Pablo Celi, procurador-geral do Estado, sobre uma auditoria informática antes do segundo turno", disse o órgão eleitoral.

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Darwin Pereira, um dos diretores do CNE, justificou a recusa dizendo que os resultados ainda não são definitivos e que esperam recursos a serem apresentados pelos candidatos.

Com 100% das urnas apuradas, a diferença entre o direitista Guillermo Lasso e o indígena Yaku Pérez é de apenas 32 mil votos. 

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O CNE confirmou oficialmente na madrugada deste domingo (21) os candidatos Andrés Arauz, da coalizão progressista União Pela Esperança (Unes), e Guillermo Lasso, do partido de direita Movimento CREO, no segundo turno das eleições presidenciais do país, que será realizado no dia 11 de abril.

Com todas as urnas apuradas, Arauz obteve 3.033.753 votos, 32,72%, se confirmando como vencedor do primeiro turno. Lasso, por sua vez, teve 1.830.045, 19,74%, enquanto Yaku Pérez, do partido indígena Pachakutik, recebeu 1.797.445 votos, 19,38%, permanecendo em terceiro lugar.

Pelo calendário eleitoral, a campanha para o segundo turno está programada para começar em 16 de março.

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Ações e recursos podem ser apresentadas ao CNE ou ao Tribunal Contencioso Eleitoral, órgão encarregado de conferir a certificação final dos resultados eleitorais.

Em nota, o órgão ratificou, mais uma vez, a transparência do processo eleitoral e fez um reconhecimento público aos "cidadãos pela sua participação ativa no dia da votação". 

A sessão que divulgaria os resultados foi suspensa por reivindicações de candidatos e partidos e precisou retornar horas depois. O CNE rejeitou formalmente o pedido de recontagem feito por Pérez, que previa uma nova leitura de 50% dos votos em 16 de 24 províncias e de 100% dos sufrágios na província de Guayas, aceitando apenas um pedido de revisão de 26 atas em Guayas e Los Rios. 

O conselho também negou o pedido de Lasso para uma apuração em 100% das atas em Guayas e 50% em outras seis províncias. Tampouco acatou o pedido de recontagem proposto pelo candidato Pedro Freile, da Esquerda Democrática.

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Candidato pelo partido indígena Pachakutik, Pérez chegou a liderar a disputa pela segunda vaga em momentos da apuração, mas perdeu a vantagem para Lasso na última semana. 

Mesmo sem apresentar provas, Pérez segue dizendo que houve fraude nas eleições e pede recontagem. Arauz, candidato de esquerda apoiado pelo ex-presidente Rafael Correa, foi o único que esteve confirmado no segundo turno desde que a apuração iniciou.