No Acre, mais de 37 mil famílias estão desalojadas ou desabrigadas em 10 municípios impactados pelas enchentes, segundo a Defesa Civil do estado. Desde terça-feira (16) o estado está sob estado de calamidade, decretado pelo governador Gladson Cameli (PP). A decisão ocorreu após a cheia dos rios Acre, Juruá, Envira, Iaco, Purus e outros mananciais, além do transbordamento de alguns igarapés.
Ao mesmo tempo, o estado está enfrentando um surto de dengue e um aumento nos casos de covid-19.
Estima-se que são 130 mil pessoas impactadas diretamente pela cheia dos rios. Os municípios atingidos são: Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Tarauacá, Sena Madureira, Santa Rosa do Purus, Porto Walter, Feijó, Jordão e Rodrigues Alves.
:: Documentário “Amapá: quem vai pagar a conta?” mostra outro lado das privatizações ::
A moradora de Sena Madureira Joana Siqueira afirma que o município é o mais atingido e teme que a situação piore. "São muitas famílias desabrigadas, é muita chuva. No sábado diminuiu, mas voltou a chover na madrugada e seguiu pela manhã e tarde de domingo. Então o rio continua subindo" afirma a moradora.
O rio Iaco, que cruza a cidade, está 2,7 metros acima do nível de alagamento e 3,94 do nível de alerta. Segundo a Defesa Civil do estado, são 3.950 famílias sem abrigo. No total, mais de 17 mil pessoas foram impactadas diretamente com as cheias.
Segundo a Defesa Civil, além de Sena Madureira outras cidades seguem em alerta máximo pela continuidade do aumento do nível dos rios do estado.
Joana Siqueira vive em uma parte da cidade que as enchentes não atingiram diretamente. A moradora relata que nos bairros mais próximos ao rio Iaco "a água tomou conta de tudo, lá tá tudo sem água e energia elétrica ", explica Siqueira.
:: Com força policial, Peru expulsa imigrantes para o Brasil ::
No sábado (20) foi comunicado que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ira visitar o Acre na próxima quarta-feira (24), após pedido do senador Márcio Bittar (MDB).
Dengue
Desde o início de 2021, os números de infecção preocupam as autoridades. nas três primeiras semanas epidemiológicas do ano, de 3 a 21 de janeiro, foram registrados 1.494 casos notificados de dengue. O que representa um aumento de 481% em relação ao mesmo período de 2020, quando foram registrados 257 casos suspeitos.
Covid
Em relação à pandemia, o Estado também está em nível de emergência (cuja classificação local é a cor vermelha) desde 1º de fevereiro, com reavaliação prevista para esta segunda-feira, 22. O governo Gladson Cameli comunicou que teme um possível colapso do sistema de saúde.
A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), registrou 181 casos de infecção por coronavírus no sábado. Até o momento, o Acre registra 150.886 notificações de contaminação pela doença. Mais 6 óbitos foram registradas, fazendo com que o número oficial de mortes por covid totalizar 957 em todo o estado.
Doações
Por conta da situação dramática, a campanha #SOSAcre foi lançada nas redes sociais para que pessoas de todo o país possam ajudar os acreanos. Artistas e outras personalidades têm divulgado os problemas do estado para conseguirem doações
Quem puder ajudar e ou divulgar #SOSAcre pic.twitter.com/2ZDi7td3LF
— Preta Gil (@PretaGil) February 20, 2021
Situação no Acre é dramática:
— #SOSAcre Perpétua Almeida Whatsapp +5568999797820 (@perpetua_acre) February 20, 2021
Covid c/ 100% dos leitos ocupados + mortes diárias. Estado de emergência por Dengue hemorrágica, calamidade pública pela cheia dos rios e crise humanitária c/ haitianos na fronteira. Nosso gabinete trabalhando até agora p/ entregar sacolões e água. pic.twitter.com/qymnQNiah9
Edição: Lucas Weber