A Coalizão Negra por Direitos, articulação nacional, composta por entidades do movimento negro, organiza ato na quinta (dia 18), às 17h30, na praça Santos Andrade, em Curitiba.
Entre várias medidas emergenciais, a coalizão pede ampla cobertura da vacinação e pela manutenção do auxílio emergencial de R$ 600.
O auxílio foi finalizado pelo governo federal com último pagamento em dezembro, e havia alcançado diretamente 66 milhões de pessoas, por meio da Caixa Econômica Federal.
Agora, a coalizão deve protocolar pedidos no Legislativo exigindo leis e ações de atendimento à população pobre durante a pandemia.
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As condições de vida da população trabalhadora e, em particular, da população negra, precarizam-se cada vez mais. O boletim número 26 do Dieese, de fevereiro de 2021, aponta que, no Brasil, o nível da ocupação ficou em 48,6%, ou seja, menos da metade da população em idade para trabalhar estava ocupada.
As organizadoras do ato, mulheres negras em sua maioria, questionam a sondagem do governo federal de retomar o valor do auxílio emergencial por somente cerca de quatro meses, com o valor de apenas cerca de R$ 250.
“A importância do ato é por conta do auxílio emergencial, e sabemos por informações concretas que o auxílio vai cair para menos da metade. O ato está sendo organizado (no Paraná) por integrantes do movimento negro, dos movimentos sociais, da saúde e da educação”, explica Angela Sarneski, uma das militantes organizadora do ato – também integrante da Rede de Mulheres Negras do Paraná.
Lutas
Entre as pautas da coalizão (veja lista abaixo) estão a erradicação da política considerada genocida do governo contra a população negra e indígena, bem como o fim da Emenda Constitucional 95 “que retirou investimentos da saúde e provocou o sucateamento do Sistema Único de Saúde (SUS) – perdemos R$ 18 bilhões de investimentos em 2019”.
Dados como o aumento da mortalidade materna chamam a atenção para a ausência de políticas públicas voltadas para este segmento majoritário da população brasileira, bem como o impacto sobre a juventude negra.
Neste grave momento da política econômica brasileira e da crise sanitária, a insegurança alimentar cresceu 13% em 3 anos, o desemprego aumentou e o número de horas trabalhadas diminuiu, de acordo com a Cepal, órgão das Nacões Unidas para América Latina e Caribe; e a massa de rendimentos dos trabalhadores recuou 2,8% entre o ano de 2019 e 2020, de acordo com o Dieese.
Os movimentos organizadores dos atos, nesse sentido, pautam a necessidade de uma renda básica permanente, aponta Angela Sarneski.
Pautas da Coalizão Negra por Direitos:
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Ampla cobertura vacinal;
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Imediata retomada do Auxílio Emergencial até o fim da pandemia e consequente aprovação de uma Renda Básica permanente, sem prejuízo do Bolsa Família;
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Fortalecimento dos Benefícios de Prestação Continuada;
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Atendimento a todos os protocolos de proteção determinados pela Organização Mundial de Saúde enquanto perdurar a pandemia;
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Erradicação da política “genocida” do governo contra a população negra e indígena;
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Fim da Emenda Constitucional 95 “que retirou investimentos da saúde e provocou o sucateamento do Sistema Único de Saúde (SUS) – perdemos R$18 bilhões de investimentos em 2019”.
Fonte: BdF Paraná
Edição: Lia Bianchini